Buck Angel (41) é exemplo máximo de transgressão. O transhomem, que ficou conhecido mundialmente como o ator pornô com vagina – haja vista a produção V de Vagina [2006] – surpreende ao dizer que, apesar da luta pelo gênero masculino, não se submeteria a cirurgia de redesignação sexual [conhecida como mudança de sexo]. No documentário Mr. Angel [2013], ele afirma que ama tanto o seu órgão sexual feminino que, se tivesse o dinheiro da cirurgia, preferiria comprar uma caminhonete.
“Não faria a cirurgia caso tivesse o dinheiro, pois este pênis não seria funcional. Além disso, amo a minha vagina e ela não me faz menos homem que nenhum outro. Hoje, quero levar a minha mensagem para as demais pessoas e provar que somos pessoas comuns”, declara porn star, que nos últimos anos se tornou ativista e passou a dar palestras sobre educação sexual pelo mundo.
No filme de Dan Hunt, que foi gravado durante seis anos, nos EUA, Alemanha e México, Buck revela detalhes de sua infância, da conturbada relação com os pais, Bill e Paty, do curioso relacionamento com a esposa, Elayne Angel, e a da entrada no universo erótico, que deu a ele em 2007 o prêmio de Melhor Performance Transexual no AVN Award. “Não sou uma aberração, afinal existem milhares de outros homens como eu pelo mundo”.
Forte, másculo e bem resolvido, a consciência sobre o seu lugar no mundo não veio pacificamente. Na verdade, foi tirada a fórceps com uma encantadora e ousada trajetória que envolveu intolerância, internações e, claro, o preço caro por sua transgressão.
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“Não faria a cirurgia caso tivesse o dinheiro, pois este pênis não seria funcional. Além disso, amo a minha vagina e ela não me faz menos homem que nenhum outro. Hoje, quero levar a minha mensagem para as demais pessoas e provar que somos pessoas comuns”, declara porn star, que nos últimos anos se tornou ativista e passou a dar palestras sobre educação sexual pelo mundo.
No filme de Dan Hunt, que foi gravado durante seis anos, nos EUA, Alemanha e México, Buck revela detalhes de sua infância, da conturbada relação com os pais, Bill e Paty, do curioso relacionamento com a esposa, Elayne Angel, e a da entrada no universo erótico, que deu a ele em 2007 o prêmio de Melhor Performance Transexual no AVN Award. “Não sou uma aberração, afinal existem milhares de outros homens como eu pelo mundo”.
Forte, másculo e bem resolvido, a consciência sobre o seu lugar no mundo não veio pacificamente. Na verdade, foi tirada a fórceps com uma encantadora e ousada trajetória que envolveu intolerância, internações e, claro, o preço caro por sua transgressão.
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Uma modelo de sucesso e o envolvimento com as drogas
Apesar da luta pela identidade de gênero, Angel sente-se menino desde a mais tenra idade e foi criado pelos pais [que até então não viam problema no comportamento masculino da “filha”] como mais um garoto. Ele driblava os eventuais vestidos e lacinhos se dedicando ao máximo ao esporte e nas atividades consideradas masculinas. A consciência de que é um homem foi tão grande que, ao menstruar, nem sabia do que se tratava.
Aos 16, teve um surto. O pais o proibiram de entrar em uma importante competição, devido às notas baixas na escola e, desolado, Buck tentou cometer suicídio. Resultado: foi encaminhado para a terapia. Foi lá que revelou pela primeira vez que sempre se sentiu um homem. Mas a [óbvia e não menos bombástica] revelação não foi bem aceita pelos especialistas – que o classificaram como doente.
"Na época, as questões dos transexuais não eram bem documentadas e as pessoas não sabiam como lidar comigo. Achavam que eu tinha algum tipo de problema. Eu costumava sair com lésbicas, mas não sentia como uma mulher caminhoneira. Já me sentia um homem".
Desde então, travou uma disputa de sair e voltar para a clínica, receber reposição hormonal e retornar ao lar dos pais como mulher. Assumindo o papel que a família esperava, ele tornou-se uma modelo profissional e fotografou para inúmeros editoriais. Apesar de a fase teoricamente ser positiva, Angel era infeliz e acabou se envolvendo na dependência de álcool e drogas.
“Eu fazia cortes no meu rosto para aliviar a tensão em que vivia. Com o corte, parecia que saía ar e a diminuía a pressão em minha cabeça”, conta ele, que viu o fim do poço chegar e resolveu se reerguer. Foi então que decidiu assumir o homem que sempre existiu.
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Um pornô educativo
Dono de músculos, tatuagens e barba, Angel toma religiosamente os hormônios masculinos, já fez a mastetocmia [a retirada dos seios] e mais recentemente a histerectomia [a retirada do útero]. Sem referências e consciente dos dramas que muitos jovens passam, utilizou dos filmes eróticos para provar a sua existência e dizer para o mundo que existe, sim, homens sem pênis - e com vagina.
Em 2004, lançou o filme Buck’s Beaver, transando com mulheres. Em 2005, participou da produção Cirque Noir, transando com outros homens. Já em Allanah Starr’s Big Boob Adventures, Angel surpreende novamente e faz um filme com travestis e mulheres transexuais. Uma ousadia!
“Quando ele me convidou para fazer um filme ao seu lado, fiquei impressionada. Porque eu nunca tinha feito sexo com... Não sei como falar... Com uma vagina, digamos assim”, exclamou a atriz trans Wendy Willians.
À frente do seu tempo, Buck misturou as normas, sexualidades e concepções sobre o que é sexo biológico. Quem é gay? Hétero? Homem, trans ou mulher? Por meio de filmes eróticos – sim, quem diria?, dos filmes pornôs - provou que qualquer pessoa pode se relacionar na tendenciosa e engessada sopa de letrinhas. Além de inspirar muita gente, fez ainda a categoria trans entrar no mais requisitado prêmio pornô.
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Dono de músculos, tatuagens e barba, Angel toma religiosamente os hormônios masculinos, já fez a mastetocmia [a retirada dos seios] e mais recentemente a histerectomia [a retirada do útero]. Sem referências e consciente dos dramas que muitos jovens passam, utilizou dos filmes eróticos para provar a sua existência e dizer para o mundo que existe, sim, homens sem pênis - e com vagina.
Em 2004, lançou o filme Buck’s Beaver, transando com mulheres. Em 2005, participou da produção Cirque Noir, transando com outros homens. Já em Allanah Starr’s Big Boob Adventures, Angel surpreende novamente e faz um filme com travestis e mulheres transexuais. Uma ousadia!
“Quando ele me convidou para fazer um filme ao seu lado, fiquei impressionada. Porque eu nunca tinha feito sexo com... Não sei como falar... Com uma vagina, digamos assim”, exclamou a atriz trans Wendy Willians.
À frente do seu tempo, Buck misturou as normas, sexualidades e concepções sobre o que é sexo biológico. Quem é gay? Hétero? Homem, trans ou mulher? Por meio de filmes eróticos – sim, quem diria?, dos filmes pornôs - provou que qualquer pessoa pode se relacionar na tendenciosa e engessada sopa de letrinhas. Além de inspirar muita gente, fez ainda a categoria trans entrar no mais requisitado prêmio pornô.
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