Será errado dois homens educarem uma criança? Uma questão controversa na sociedade atual que é vista por alguns como um atraso civilizacional. No dia do pai, o Online da RTP foi saber como é vista esta questão e que implicações têm na educação de uma criança.
Nas últimas décadas o tema da homoparentalidade familiar tem dado origem a numerosos estudos internacionais.
As investigações debruçam-se sobre questões como práticas parentais de pessoas homossexuais, desenvolvimento psicológico de crianças educadas em contexto homoparental e atitudes perante a homoparentalidade.
No dia do pai, o Online da RTP procurou encontrar opiniões junto da comunidade que em Portugal lida directamente com este assunto e auscultar como é vista esta questão de difícil resolução.
Será que as crianças que são educadas apenas por uma figura masculina/feminina vão crescer psicologicamente saudáveis?
A questão, do ponto de vista de Isabel Advirta, da ILGA–Portugal, tem resposta fácil.
“Sempre houve homens ou mulheres a educar crianças” e não é por essa razão que as crianças vão crescer disfuncionais na sociedade.
“Não há nenhuma criança que viva só num universo masculino”, afirma Isabel Advirta, referindo que não é por haver uma formação com base na masculinidade que a criança vai adotar práticas exclusivamente masculinas.
A presidente da ILGA–Portugal, refere que muitos de nós durante a adolescência adotamos indirectamente figuras ou ídolos da sociedade que nos vão moldar e essa razão por vezes nada tem a ver com a educação e a forma como fomos educados.
Quem também defende a ideia de que, se uma criança é educada de forma responsável e equilibrada, independentemente de ser feita por uma figura ou mais figuras do mesmo sexo, é o psicólogo do Instituto de Apoio à Criança, Manuel Coutinho.
Para o psicólogo, o superior interesse da criança prevalece sobre quem é o educador ou qual o sexo, referindo que é pior uma criança ser sujeita a uma educação formativa debaixo de um centro de acolhimento do que ter uma família, na grande maioria com amor e carinho em exclusividade, que vão produzir um ser mais harmonioso dentro de uma sociedade cada vez mais diferenciadora e plural.
Porque criar uma sociedade mais justa e tolerante, com implicações para a segurança de qualquer criança, é um desafio social e educativo.
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