quinta-feira, 26 de março de 2015

70 anos de Leila Diniz: 7 frases revolucionárias da atriz que desafiaram o machismo no Brasil

                               
Leila Diniz morreu cedo, mas o tempo que viveu foi suficiente para deixar sua marca e fazer a diferença na história. Revolucionária, ela marcou época não só como atriz, mas como mulher que enfrentou e subverteu conceitos de uma sociedade extremamente machista.
Em seus brilhantes 27 anos de vida, a atriz ficou conhecida por ser desbocada e por fazer declarações polêmicas em plena época da ditadura militar. Em anos em que tudo era motivo de repressão, Leila foi intransigente e posicionou a mulher de um jeito inédito: como um ser livre, com seus próprios sonhos, vontades e desejos.
Veja algumas das declarações:
 
leila diniz1
leila diniz2

leila diniz3

leila diniz4
leila diniz5
leila diniz6

leila diniz7

BÔNUS: Leila ~sambando~ mais uma vez na cara da sociedade!
leila

A Barbie que fala e espia os seus filhos




          
Com um clique na fivela do cinto, as crianças podem falar com a 'Hello Barbie'


Nova boneca com inteligência artificial causa polémica.
Por P.Z.G.
Comemorou recentemente os seus 56 anos, mas só agora a boneca mais famosa do mundo vai ter voz própria. A Hello Barbie tem um dispositivo de gravação de voz e inteligência artificial. Pressionando a fivela do cinto da boneca, as crianças vão poder falar com ela e, depois de o conteúdo ser enviado para a cloud (via wi-fi) e ser analisado, esta responde convenientemente, ao estilo do Siri, tecnologia presente nos iPhones.

A Hello Barbie só vai ser lançada em dezembro, a tempo do Natal de 2015, mas já está a causar polémica nos Estados Unidos. A Campanha pela Infância sem Fins Comerciais (CCFC, na sigla original) organizou uma petição online, exigindo ao diretor da Mattel (empresa que produz a boneca), que pare imediatamente a produção da nova Barbie.

Os pais norte-americanos estão preocupados com a segurança e privacidade das crianças, uma vez que a política da ToyTalks – responsável pelo software da Barbie falante – prevê que as conversas gravadas sejam guardadas e a informação pessoal seja distribuída a terceiros.

"As crianças têm conversas particularmente pessoais e íntimas com os peluches e bonecas. Confiam e revelam coisas de uma maneira muito diferente do que se estiverem a brincar com uma aplicação móvel de voz. A Hello Barbie vai espiar as conversas privadas, não só das crianças como também dos pais, e o descontentamento vai continuar a crescer", afirma  Josh Golin, diretor da CCFC, ao site TechNewsWorld.

A petição contra a Hello Barbie já conta com quase 6 mil assinaturas. A Mattel quis apostar nesta boneca para "atualizar e dinamizar a imagem da marca e da Barbie", estreitando as relações entre o produto e a criança através da interatividade.


Apresentação da 'Hello Barbie'

Será a educação "homoparental" ainda vista como um problema?

 
Será a educação homoparental ainda vista como um problema?
Será errado dois homens educarem uma criança? Uma questão controversa na sociedade atual que é vista por alguns como um atraso civilizacional. No dia do pai, o Online da RTP foi saber como é vista esta questão e que implicações têm na educação de uma criança.
Nas últimas décadas o tema da homoparentalidade familiar tem dado origem a numerosos estudos internacionais.

As investigações debruçam-se sobre questões como práticas parentais de pessoas homossexuais, desenvolvimento psicológico de crianças educadas em contexto homoparental e atitudes perante a homoparentalidade.

No dia do pai, o Online da RTP procurou encontrar opiniões junto da comunidade que em Portugal lida directamente com este assunto e auscultar como é vista esta questão de difícil resolução.

Será que as crianças que são educadas apenas por uma figura masculina/feminina vão crescer psicologicamente saudáveis?

A questão, do ponto de vista de Isabel Advirta, da ILGA–Portugal, tem resposta fácil.

“Sempre houve homens ou mulheres a educar crianças” e não é por essa razão que as crianças vão crescer disfuncionais na sociedade.


“Não há nenhuma criança que viva só num universo masculino”, afirma Isabel Advirta, referindo que não é por haver uma formação com base na masculinidade que a criança vai adotar práticas exclusivamente masculinas.

A presidente da ILGA–Portugal, refere que muitos de nós durante a adolescência adotamos indirectamente figuras ou ídolos da sociedade que nos vão moldar e essa razão por vezes nada tem a ver com a educação e a forma como fomos educados.

Quem também defende a ideia de que, se uma criança é educada de forma responsável e equilibrada, independentemente de ser feita por uma figura ou mais figuras do mesmo sexo, é o psicólogo do Instituto de Apoio à Criança, Manuel Coutinho.



Para o psicólogo, o superior interesse da criança prevalece sobre quem é o educador ou qual o sexo, referindo que é pior uma criança ser sujeita a uma educação formativa debaixo de um centro de acolhimento do que ter uma família, na grande maioria com amor e carinho em exclusividade, que vão produzir um ser mais harmonioso dentro de uma sociedade cada vez mais diferenciadora e plural.

Porque criar uma sociedade mais justa e tolerante, com implicações para a segurança de qualquer criança, é um desafio social e educativo.
 

Série sobre Tansexual

Canal TLC encomendou uma série sobre a vida de Jazz Jennings, adolescente transexual de 14 anos. Mais sete emissoras abordam o tema nos Estados Unidos

 Mais uma emissora de televisão nos Estados Unidos decidiu abrir espaço para a causa dos transexuais. A TLC anunciou que irá produzir uma série-documentério sobre a vida de Jazz Jennings, a adolescente de 14 anos que foi listada pela revista TIME como um dos 25 jovens mais influentes no país e se tornou ativista em prol dos transexuais. 
Jazz foi diagnosticada com disforia de gênero (ou transtorno de identidade de gênero) quando tinha apenas 4 anos, tornando-se uma das pessoas mais jovens com o diagnóstico. Ela nasceu menino, mas seus pais perceberam logo cedo que ela sofria algum tipo de transtorno com o próprio gênero. 
A série se chamará All That Jazz e mostrará a rotina de Jazz e como os pais dela lidam com a situação. A menina escreveu o primeiro livro infantil transexual para ajudar outras crianças com problemas de aceitação e seus pais também se tornaram ativistas da causa transexual. Jazz tem uma irmã mais mais velha e dois irmãos gêmeos, que também estarão na série.
De acordo com informações do The Hollywood Reporter, a família se preocupa e faz de tudo para proteger Jazz. 
A TLC é a oitava emissora a embarcar na temática transexual nos Estados Unidos: a ABC Family irá produzir uma série sobre um adolescente que descobre que os pais vão se divorciar porque seu pai irá fazer uma cirurgia de mudança de sexo; Tyra Banks irá comandar um documentário para a VH1 sobre oito mulheres transexuais que se chamará TransAmerica; o Netflix tem a ficção-científica Sense8 com a atriz transexual Jamie Clayton; a HBO fará um documentário sobre um transexual produzido por Lena Dunham; a MTV já fez um docoumentário sobre a atriz transexual Laverne Cox; e a FOX inseriu um personagem trans na última temporada de Glee, onde a treinadora Beast irá se transformar em homem. Existe também a série Transparent, da Amazon que, é considerada uma das pioneiras no assunto e ganhou o Globo de Ouro de Melhor Série no último ano. 
 

LGBT Homossexuais sentem-se discriminados na saúde

Perto de duas em cada dez pessoas lésbicas, gay e bissexuais sentiram-se discriminadas nos serviços de saúde, revela um estudo da ILGA, que mostra que estas pessoas se sentem invisíveis e obrigadas a mentir sobre a sua orientação sexual.
 
Segundo o estudo da ILGA (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero) Portugal, a que a Lusa teve acesso, entre as 547 pessoas inquiridas, 17% "já foi alvo de discriminação ou tratamento desadequado em contexto de saúde".
 
"Os episódios de discriminação aconteceram em maior número nas áreas de medicina geral e familiar e ginecologia -- e 87% das situações envolveu a participação de um/a profissional de saúde" -, lê-se no documento.
Os episódios incluem "comentários considerados desadequados", "episódios de discriminação na doação de sangue por homens gays ou bissexuais" ou quando o profissional de saúde "presumiu a existência de comportamentos sexuais de risco pelo facto de o/a utente ser lésbica, gay ou bissexual".
 
Por outro lado, os resultados da investigação "mostram, de modo inequívoco, que a invisibilidade das pessoas LGB tende a ser a regra também no contexto de saúde", sendo que a maioria dos participantes (72%, numa amostra de 558 inquiridos) "já foi consultada por um/a profissional de saúde que pressupôs que ela ou ele é heterossexual".
Em declarações à agência Lusa, o coordenador do estudo afirmou que este resultado era esperado, apontando que a invisibilidade relatada "é o substrato da discriminação que incide sobre esta população", algo que "tem consequências práticas ao nível da prestação dos cuidados e do acesso das pessoas LGBT aos cuidados de saúde".
 
Segundo Nuno Pinto, a abordagem por parte do profissional de saúde é assente na presunção da heterossexualidade, o que obriga a que sejam as pessoas LGBT a terem de quebrar o silêncio sobre a sua vida privada.
De facto, 29% dos inquiridos nunca falou sobre a sua orientação sexual com profissionais de saúde e 31% (entre 485) já mentiu sobre a sua orientação sexual ou comportamentos sexuais.
Por outro lado, 47% (entre 574 inquiridos) afirmou que o seu médico de família não conhece a sua orientação sexual e entre estes 16% admitiu que não se assumiu "por receio de quebra do sigilo profissional".
 
As dificuldades estendem-se também aos cuidados prestados aos filhos menores com os inquiridos a admitir que o pediatra não sabe a sua orientação sexual ou a composição da família e 13% diz que a família já foi discriminada por causa da orientação sexual de um dos membros.
De entre 537 inquiridos, 38% afirmou já ter tido um problema de saúde relacionado com a sua orientação sexual e destes, 81% recorreu a serviços de saúde. 43% optou por não dizer qual era a sua orientação sexual.
 
Já no que diz respeito às pessoas transexuais, a maioria (69%) não está, nem esteve, a ser acompanhada em serviços de saúde, porque não sabe a que serviços dirigir-se ou porque tem receio de falar sobre a sua identidade de género.
 
"É preciso implementar políticas públicas que garantam que a estigmatização e a discriminação sobre estas pessoas LGBT não possam ser uma condicionante no acesso a cuidados de saúde", defendeu o responsável da ILGA.
Acrescentou que os serviços de saúde têm de ser "adequados" e "competentes" e defendeu que os profissionais de saúde que estão no terreno a trabalhar com pessoas LGBT têm que ter formação.
 
O estudo, "Saúde em Igualdade -- Pelo acesso a cuidados de saúde adequados e competentes para pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans", foi realizado entre junho de 2014 e março de 2015.
 
Para o efeito foram efetuados dois questionários, um dirigido a pessoas lésbicas, gays e bissexuais (LGB) e pessoas que têm comportamentos sexuais com pessoas do mesmo sexo, que foi preenchido por 600 inquiridos, e outro dirigido a pessoas transexuais, ou seja, pessoas cuja identidade de género não corresponde ao sexo de nascimento, ao qual responderam 29 pessoas.
 

O que acontece quando um pai deixa sua filha de 3 anos escolher o que vai vestir


O que acontece quando um pai deixa sua filha de 3 anos escolher o que vai vestir

                             
 

Cor-de-rosa, vestido e princesa é coisa de menina, enquanto que azul, boné e super herói é de menino. Essa é talvez uma das primeiras normatizações inexplicáveis, dentre as várias presentes em nossa sociedade, pela qual passam as crianças. As cores têm gênero? E as roupas? Muita gente nunca nem parou para pensar sobre isso e sempre encarou essa separação como algo normal, mas não é o caso do britânico Simon Ragoonanan, pai de uma garotinha de 3 anos. Cansado dessa divisão, amplamente explorada pela mídia e até mesmo pela cultura pop, ele e sua esposa decidiram que só caberia à garota escolher seu guarda-roupa.
É improvável que todas as garotas tenham uma predileção pelo rosa, mas o complexo indústria-marketing tem“, afirma o ex-produtor de vídeo em seu blog Man vs. Pink, em que documenta as escolhas da menina e debate sobre o assunto. Para ele, essa limitação de gênero culturalmente imposta não faz nada além de boicotar a imaginação e as ambições das garotas – afinal, ser bombeiro e policial é coisa de menino, mas meninas podem ser professoras e enfermeiras, veja só.
Com liberdade total de escolha, a menina monta looks incríveis e divertidos, que misturam toda a paleta de cores, super heróis, personagens de desenhos animados e estampas. E, diferente do que o próprio Ragoonanan imaginava quando optou por dar à filha essa liberdade, as outras crianças e suas mães costumam achar fascinante a forma como a menina se veste e não raro a cobrem de elogios. “Eu sempre imaginei se as outras mães iriam pensar ‘que diabos ele esta fazendo a vestindo dessa forma?‘, mas nós temos mães que chegam até nós no parque ou na rua e dizem que ela está linda. O que é ótimo“, afirma.
Confira alguns dos looks da menina:
manvspink
manvspink2
manvspink3
manvspink4
manvspink5
manvspink6
manvspink7
manvspink8
manvspink9
manvspink10
manvspink11
 
 
Dica da acadêmica Aline Nogueira.
 

terça-feira, 17 de março de 2015

Justiça!



O DISCURSO DE ÓDIO NÃO PASSARÁ!

Levy Fidelix (PRTB) foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a pagar uma multa de R$ 1 milhão numa ação civil pública por danos morais movida pelo movimentos Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT). A decisão da última sexta-feira (13) refere-se a uma fala durante sua participação de um debate na TV, no dia 28 de... setembro de 2014. À época ele foi questionado pela candidata do PSOL Luciana Genro sobre o motivo pelo qual muitos dos que defendem a família se recusam a reconhecer o direito de casais de pessoas do mesmo sexo ao casamento civil, e respondeu que “dois iguais não fazem filho” e que “aparelho excretor não reproduz”.

Luciana Genro lembra que o PSOL reagiu a esse discurso e protocolou uma ação no Tribunal Superior Eleitoral, baseada nos mesmos argumentos desta ação da Defensoria Pública de São Paulo. O pedido ainda aguarda uma manifestação do Ministério Público Eleitoral.

quinta-feira, 5 de março de 2015

sobre o amor...


Educação Infantil: algumas questões importantes

Em várias partes do Brasil, professoras de educação infantil e ensino fundamental têm usado a criatividade para abordar com os seus alunos questões como direitos das mulheres, racismo e exploração infantil. Para tratar dos temas, crianças de entre 5 e 14 anos foram estimuladas a, por exemplo, se expressar durante rodas de conversa e comparar histórias de contos de fadas com a vida real.

Levando para a sala de aula livros e filmes, as professoras conseguiram ouvir a opinião das crianças sobre diversos temas. Os alunos questionaram o porquê de só os príncipes salvarem as princesas em contos de fadas e os motivos de meninos não poderem chorar.e

Embora seja um trabalho gratificante, ele também é cansativo e mostra histórias nem sempre positivas, como casos de alunas vítimas de abuso. Mas o resultado, segundo as professoras, vale a pena, porque é através dele que elas conseguem ajudar os pequenos e pequenas a aprenderem a respeitar os direitos de todos.

O G1 conversou com três professoras do Rio, de São Paulo e do Rio Grande do Sul sobre projetos desenvolvidos durante ou após as aulas em escolas públicas. Conheça abaixo as experiências de cada uma:

DESCONSTRUINDO MITOS
Magna Torres, professora de educação infantil, criou projeto para desconstruir mitos sociais na sala de aula (Foto: Arquivo pessoal/Magna Torres)Magna Torres, professora de educação infantil, criou projeto para desconstruir mitos sociais na sala de aula (Foto: Arquivo pessoal/Magna Torres)

Durante uma aula em uma escola municipal de Duque de Caxias (RJ), a professora de educação infantil Magna Domingues Torres, de 28 anos, leu o livro "Menina bonita do laço de fita", de Ana Maria Machado, e foi surpreendida com a resposta de seus alunos. Na história, um coelho muito branco admira uma menina negra que usa um laço de fita. Em função desta admiração, o coelho faz de tudo para ficar parecido com a menina.

Ao terminar a narrativa, uma de suas alunas disse que "o coelho era louco, porque ser preto é feio". Ao ouvir isso, Magna identificou a necessidade de descontruir mitos sociais dentro de sala de aula. "Eu fiquei inquieta e comecei a pensar em como os preconceitos chegam até as crianças e como eu poderia mudar isso", conta a professora, que atualmente ministra aulas para crianças de 5 a 6 anos na Escola Municipal Todos os Santos.

Aproveitando que uma vez por semana promove rodas de conversa em sua escola, a professora passou a ouvir as crianças sobre temas mais densos. "As rodas desenvolvem o espírito crítico das crianças, é uma orientação pedagógica e isso é muito rico, porque elas falam de suas vivências e nós podemos descontruir os mitos", explica.

A cada semana era discutido um assunto diferente e a conclusão das conversas virava um cartaz. Após sete semanas, e sete temas, Magna fez uma montagem com as fotos das crianças segurando cartazes que diziam: "meninos e meninas brincam juntos de casinha", "meninas também adoram jogar bola", "eu adoro rosa, azul, verde e amarelo", "meninos também adoram dançar", "menino brinca com menina" e "amigos dizem 'te amo'".

As discussões tiveram o apoio da escola e respostas positivas dos pais. "Eu tenho encontrado bastante aceitação e muito agradecimento. As crianças mudam de postura e levam isso para dentro de casa, o diálogo passa a ser possível", afirma Magna, que foi convidada pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro a dar uma palestra para outros professores sobre seu projeto.

Apesar do bom resultado, a professora acredita que o trabalho deve ser multiplicado para que não se perca. "É um trabalho de formiguinha, porque eles passam por mim e depois vão para outra professora ou outra escola", conta.

Para Magna, é necessário dar aos alunos a oportunidade de pensar e conversar, para que eles possam levar para o imaginário discussões como identidade e igualdade. "Educação é um ato de amor. E eu quero que eles lembrem da escola como aprendizado, felicidade e amor. A educação é mais do que as quatro operações. Passa pelo nosso corpo e pela nossa vida", define.

RODA DE CONVERSA SÓ COM MENINAS

Após terminar uma de suas aulas, a professora do ensino fundamental Juliana Delmonte da Silva, de 27 anos, foi procurada por um grupo de alunas, de 13 e 14 anos, que desejava conversar longe da presença de meninos. Diante disso, a educadora procurou a direção da Escola Municipal Viana Moog, que fica no bairro Jardim Jaqueline, em São Paulo, e sugeriu reuniões semanais, fora do horário de aula, com grupos de meninas.

Nestes encontros Juliana viu a possibilidade de discutir diversos assuntos do universo feminino sem que as meninas se sentissem envergonhadas. Temas como identidade, igualdade entre gêneros, religião, questionamentos sobre sexualidade e história das mulheres eram discutidos durante a uma hora e meia de atividade.

"É bem difícil trabalhar gênero em sala de aula, tem pouco material, principalmente na questão lúdica", conta a professora, que passou a "traduzir" o material de suas pesquisas para que suas alunas assimilassem o conteúdo.

Em uma de suas reuniões, Juliana discutiu a violência verbal, física e sexual com as integrantes do grupo, e a realidade que encontrou a surpreendeu. "Eu perguntei para elas se elas já tinham sido agredidas física ou sexualmente e, de um grupo de 20 meninas, apenas duas meninas não tinham sido vítimas dessas violências", afirmou a professora, que, a partir dessas reuniões, intuiu que precisava de parcerias com psicólogos para atender as alunas.

Com o objetivo de fortalecer as meninas, de modo que elas entendessem seu espaço, que não sofressem mais violências, e que tivessem a liberdade de se comunicar, a educadora promoveu debates e atividades envolvendo os meninos. O resultado agradou a professora, a coordenação e os pais das alunas. "Os pais parabenizam, falam do amadurecimento das filhas e de outras perspectivas. As mães, principalmente, me davam demanda e agradeciam mais", conta.

Para Juliana, todo o projeto exigiu muito psicologicamente. "É muito cansativo, muito intenso. Mas no período em que eu trabalhei neste projeto, percebi que as crianças têm outra profundidade de entendimento, mas elas conseguem, desde muito cedo, ter uma compreensão de mundo", conta Juliana.

CONTOS DE FADAS

Pensando em apresentar diferentes versões de uma mesma história para seus alunos, uma professora de Uruguaiana (RS), que prefere não se identificar, desenvolveu um projeto para discutir questões sociais com alunos do ensino fundamental.

Em uma das aulas, S.P. leu o conto de fadas "A bela adormecida", na versão Disney. Em outra aula, as crianças assistiram ao filme "Malévola". Na terceira, foi feito um comparativo entre as duas histórias e um dos alunos levantou a questão do beijo, que no filme é dado pela fada madrinha e, no conto de fadas, pelo príncipe, enquanto ela dormia.

A partir dessa discussão, a professora teve a ideia de montar um gráfico com as opiniões das crianças, que foram surpreendentes. "As crianças relacionaram e deram exemplos como 'será que o amor da mãe da princesa também não era verdadeiro, tinha que ser só o príncipe?', 'por que só os homens podem salvar as mulheres?', 'é falta de respeito beijar uma guria sem ela dizer que quer'", lembrou ela.
Nas discussões de sala de aula, os alunos questionaram porque a princesa só poderia ser salva pelo príncipe (Foto: Arquivo Pessoal)Nas discussões de sala de aula, os alunos questionaram porque a princesa só poderia ser salva pelo príncipe (Foto: Arquivo Pessoal)

A educadora aproveitou os comentários das crianças para falar sobre abuso infantil. "Expliquei que, se isso acontecesse com eles, ou com alguém que eles conhecessem, deveriam contar para um adulto em quem eles confiassem, pois não era uma coisa normal, assim como era no livro", conta. Se for possível "salvar uma criança de sofrer abuso ou uma adulta de sofrer com relações abusivas", diz ela, o trabalho de anos já terá valido a pena.

Para incluir no currículo a questão de gênero, S.P. mostrou o filme "Frozen". "[O filme mostra] que nem sempre o amor verdadeiro da nossa vida está centrado apenas na imagem de um homem, príncipe, mas sim de uma irmã, mãe ou amiga. Nós podemos amar verdadeiramente qualquer pessoa e não apenas alguém em um relacionamento amoroso", explica.

A professora acredita que as crianças têm capacidade de entender e refletir sobre qualquer assunto, desde que trabalhado em uma linguagem apropriada e que, para isso, não se pode subestimar as crianças. "As crianças devem ser tratadas como seres pensantes, e o professor que nega isso está muito enganado", afirmou a docente gaúcha.


Fonte: http://www.portalaz.com.br/noticia/educacao/326182_professoras_usam_contos_de_fadas_e_cartazes_para_ensinar_direitos_sociais.html

Facebook - Identidade de Gênero

Facebook agora permite que brasileiros definam sua identidade de gênero



 
Share3
  

Conforme anunciado na semana passada, o Facebook deixou de impor gêneros predefinidos aos usuários, e desde de ontem os usuários brasileiros já têm mais opções de identificação, além do masculino e feminino.

Além das duas identificações que já existiam, passam a constar outras 17 identificações, como “homem transexual”, “travesti”, “crossgender”, “neutro”, “FTM (mulher que está em transição para o gênero feminino)” e “sem gênero”. O usuário que não se identificar com nenhuma das identificações poderá, ainda, escrever sua própria opção em uma caixa de texto.

Com essas novas mudanças, o usuário também poderá escolher por qual pronome quer ser identificado pelo Facebook (por exemplo, “Amanda foi identificada em uma foto”). A pessoa poderá escolher se quer que o Facebook use um pronome masculino, um feminino ou um neutro. A rede social também permite que o usuário escolha quem conseguirá visualizar sua escolha. 

Vale lembrar que a identificação de gênero não deve ser confundida com a orientação sexual. Gênero é um determinado papel social com o qual uma pessoa pode se identificar. Por exemplo, um homem transexual não é necessariamente homossexual, identificar esse papel de gênero não implica em uma atração por determinado sexo.

O Facebook americano já havia sido alterado no ano passado com mais de 50 opções de identificação de gênero. Aqui no Brasil, a lista é menor porque a política foi tomada em conjunto com ativistas LGBT locais e baseada na realidade brasileira. Porém a rede afirma que a lista pode sofrer ampliações conforme a demanda dos usuários.

Bruno Magrani, líder de políticas públicas do Faceboom Brasil, disse à Folha de S.Paulo que a ideia do Facebook é que os usuários se expressem de forma autêntica e que se sintam confortáveis usando a rede.

Em novembro do ano passado o Facebook procurou o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) como uma referência para poder elaborar as alterações. Para ele, essa possibilidade demorou a chegar ao Brasil tendo em vista o grande número de usuários brasileiros nas redes sociais.

terça-feira, 3 de março de 2015

Para: Políticas e políticos brasileiros

O Estatuto da Família ignora milhares de famílias brasileiras. 
Por favor, derrubem esse projeto absurdo. Mostrem ao mundo que, no Brasil, todas as famílias contam.
 
 
O Estatuto da Família, um projeto de lei em discussão na Câmara dos Deputados, defende que as únicas famílias "de verdade" são aquelas formadas por um homem e uma mulher.
Esta lei absurda não causaria problemas só para casais do mesmo sexo: mães e pais solteiros, crianças criadas por avós - segundo o Estatuto, nenhuma dessas famílias deve ser reconhecida ou ter seus direitos garantidos pela lei. O presidente da Câmara, o abertamente homofóbico Eduardo Cunha, acaba de criar uma comissão especial para acelerar a votação da proposta.
Muita gente apoia esse projeto: uma enquete feita pelo site da Câmara no ano passado teve mais de 4 milhões de votos - e 51% das pessoas disseram que concordam com a proposta.
Não podemos ficar em silêncio. A primeira sessão da comissão acontecerá a qualquer momento - se conseguirmos juntar 50 mil assinaturas até a próxima sexta-feira, vamos até o Congresso para entregá-las na porta da comissão, garantindo que cada integrante receba nosso recado: todas as famílias contam.
 
Acesse e assine!