"Os assexuais têm parceiros, namoram e casam. Mas não há relacionamento sexual"
(agradecimento a acadêmica Kenya Siqueira pelo envio da matéria)
Eles
estão em toda parte. No Brasil, uma comunidade no Orkut conta com mais
de trezentos membros e já chegaram ao Facebook. Formam um grupo
diferente. Não curtem relacionamentos sexuais. Nenhum problema com a
libido e mantêm cada um a seu modo e em graus variados bom sistema de
autossatisfação. Mas essa é uma atividade pessoal e íntima e nunca
compartilhada com o parceiro.
Sim, eles têm parceiros, namoram e
casam! Partilham uma vida a dois sem, contudo, se unir sexualmente. São
amorosos, querem o encontro e a cumplicidade, mas, abrem totalmente mão
do sexo. São os Assexuais. A característica da
assexualidade é a ausência de atração sexual. Não sentem desejo de se
relacionar sexualmente uns com os outros. Namoram, amam e vivem assim.
Fazem parcerias entre eles e os relacionamentos são duradouros. Poucos
relatam brigas ou ciúmes, são serenos e seguros porque sabem que essa
escolha é, para eles, legítima e coerente.
Raramente se sabe de um
casal que tenha rompido o acordo e incluído o sexo em sua união, mas se
isso acontecer e houver reciprocidade, por que não? O que não é
aceitável entre os assexuais é que um dos parceiros “force a barra” com o
outro para a quebra do acordo. Essa é uma regra de conduta e deve ser
respeitada.
Muitas vezes a pessoa se descobre assexual já na vida
adulta, depois de muito sofrimento, se relacionando com outras pessoas
sempre com a sensação de não gostar de sexo, uma violência contra si
mesmo. Muitos relatam a alegria e a sensação de liberdade ao se
descobrir assexual, isso porque antes, ao forçar uma atividade contrária
ao seu desejo, colhia muito mais insatisfação do que alegria e se é
assim que se sente, ótimo. E, como disse, há excitação e, assim, a
satisfação pessoal é possível.
Não há predominância de sexo.
Homens e mulheres podem se descobrir assexuais e aceitar a condição,
desenvolvendo a partir dessa “aceitação” novas regras de
conduta. Considero importante que a pessoa que não gosta de sexo a dois
(já que a autossatisfação é uma prática sexual), tente analisar-se
profundamente. Uma decepção amorosa, bloqueios, um trauma, podem fazer
cessar o desejo sexual por um tempo e um bom apoio psicológico pode
ajudar essa pessoa fazendo com que ela retome sua vida sexual normal.
O
assexual gosta de viver sem parceria sexual, não sente falta e é feliz
assim. Amam melhor? São mais desprendidos, já que na maioria inexiste o
ciúme doentio e a necessidade de possuir o outro? Talvez. O fato é que
vivem normalmente, e, se casados, são como qualquer casal, fora o
sexo. Assim como heterossexuais podem se descobrir homossexuais e
vice-versa. Também não é condição que alguém que se descubra assexual,
não possa sentir que deseja voltar a ser sexual.
O que falei acima
se refere à parte moral, se a pessoa estiver dentro de um
relacionamento. Importa saber que eles existem, vivem, amam, se alegram e
curtem a vida como qualquer pessoa e devem ser respeitados como todos. E
como disse o poeta: Toda forma de amor vale a pena!
Nenhum comentário:
Postar um comentário