Muitas pessoas não acreditam que uma criança tão nova possa identificar corretamente seu gênero. No entanto, um novo estudo mostra que crianças transexuais descobrem sua identidade no mesmo tempo que crianças cisgeneras.
A identidade de gênero é um tema confuso para a maioria das pessoas, e as coisas ficam ainda mais confusas quando são as crianças e jovens que estão em tópico. Angelina Jolie e Brad Pitt tiveram uma surpresa quando sua filha Shiloh (na foto acima) passou a se identificar como um menino, pedindo para ser chamada de John. Brad Pitt e Angelina Jolie desde então dão todo apoio ao seu filho, mas nem toda família é assim.
Pesquisadores da Universidade de Washington, liderada pelo psicólogo e fundador do Projeto Trans Youth Kristina Olson, descobriram que os jovens que reivindicam um gênero diferente do que lhes foi atribuído de nascença são tão conscientes quanto crianças de sua idade que não são trans. Esse estudo foi publicado pela Psychological Science.
O estudo foi realizado com 32 crianças transexuais, que vivem em tempo integral como o sexo identificado por elas e em ambientes de total apoio da família. Nenhum deles tinha atingido a puberdade ainda, de acordo com ThinkProgress. O estudo utilizou um Teste de Associação Implícita para medir a velocidade em que os participantes associavam aspectos de gênero com a sua própria identidade, muitas vezes de forma automática e subconsciente.
Em uma entrevista com KUOW em Seattle , a Olson esclareceu que este estudo foi feito com crianças que invocam o seu sexo em uma idade muito precoce. "Às vezes a gente ouve pais que dizem: 'Bem, você pode ser apenas um garoto que gosta de usar vestidos ', e o garoto diz: 'Não, não é o vestido. Eu sou uma garota'. Essa é a diferença crucial entre um menino que gosta de coisas de garotas e um garoto que diz que é uma menina. Em outras palavras, nem toda criança que explora ou experimenta coisas de outro gênero é necessariamente transexual. No entanto, quando as crianças afirmam uma identidade de gênero, isso deve ser considerado como uma experiência tão autêntica quanto os de crianças cisgeneras."
A Olson também ressaltou a importância de os pais apoiarem a identidade de gênero de seus filhos e destacou no estudo a forma como muitos dos pais tiveram reações negativas inicialmente, quando seus filhos afirmaram que eles eram um gênero diferente do que o que nasceram. A falta de aceitação por parte dos pais e familiares pode causar graves conseqüências na saúde mental da criança, incluindo a fuga, auto-mutilação, e até mesmo suicídio.
Leelah Alcorn, uma adolescente transgenera, tirou sua vida em 28 de dezembro de 2014, e com a morte dela veio a notícia internacional de sua nota de suicídio em seu Tumblr. Na carta, ela falou sobre as experiências de crescer em um lar cristão, com pais que tentaram levá-la para participar de terapia de conversão. Ela escreveu: "minha morte deve significar alguma coisa. Minha morte precisa ser somada ao número de pessoas transexuais que cometeram suicídio este ano. Eu quero que alguém olhe para esse número e diga 'caralho, que merda' e que corrija isso. Corrija a sociedade. Por Favor. "
De acordo com um estudo de 2007 da American Association of Suicidology, quase metade dos jovens transexuais pensam seriamente em suicídio, e cerca de 25 por cento deles já tentaram pelo menos uma vez tirar a própria vida.
Os pais das crianças estudadas pela Olson disseram que os médicos responsáveis pelo estudo lhes disseram: "Ou vocês terão uma criança viva, com o gênero diferente do que vocês imaginaram que seria, ou uma criança morta."
| Post originalmente produzido pela Good Magazine http://www.ideafixa.com/estudo-mostra-que-criancas-trans-identificam-seu-genero-no-mesmo-tempo-que-criancas-cisgeneras
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