quinta-feira, 29 de agosto de 2013

N a UFT!

29 de Agosto Dia da Visibilidade Lésbica


29 de Agosto
Dia da Visibilidade Lésbica

Mais uma vítima da homofobia... agora em Palmas/TO

Jovem é encontrado morto com rosto desfigurado após show em Palmas

Reconhecimento do corpo só foi possível pelas tatuagens.
Renato era homossexual e pode ter sido vítima de preconceito.


O atendente Renato Batista da Silva, 22 anos, foi encontrado morto na manhã desta terça-feira (27), em um matagal que fica atrás de um condomínio na quadra 205 Norte, em Palmas. Segundo informações da Polícia Militar, uma pessoa disse que encontrou o corpo após sentir o mal cheiro no local e que aparentemente o rapaz foi morto após levar várias pedradas na cabeça.
Núbia Lima de Moura era amiga da vítima e disse que foi com a família para o Instituto Médico Legal (IML) fazer o reconhecimento do corpo. "Não dava para saber o que era nariz, boca, olho. O rosto dele estava muito deformado, nós só o reconhecemos porque ele tinha umas tatuagens e porque ele era bem pequeno. O Renato estava [vestido] com a camisa e a calça que usou no show [de Gusttavo Lima, no último sábado]", conta.
 
Corpo foi encontrado em matagal na quadra 205
Norte, em Palmas (Foto: Monique Almeida/G1)
A irmã de Renato, Marilene Batista da Silva, diz que a família é do Maranhão e que o irmão morava na capital há três anos. Ela conta que o irmão gostava muito de festas, mas que era uma pessoa trabalhadora. "Ele morava comigo, mas ele disse que queria ser independente, que queria trabalhar. Meu irmão era muito querido, tem muitos amigos, quero que a justiça seja feita", desabafa.
Irmã da vítima, Marilene Batista da Silva, diz que o irmão era uma pessoa muito querida por todos (Foto: Monique Almeida/G1) 
Irmã da vítima, Marilene Batista da Silva, diz que o
irmão era uma pessoa muito querida por todos
(Foto: Monique Almeida/G1)
 
Marilene afirma que a última vez que conversou com o irmão ele estava muito animado. "Renato me disse assim: Ô mana (sic) eu te amo muito. Antes de sair para o show eu te ligo". Ela conta que essa foi a última vez que falou com a vítima. Ela disse ainda que o pai infartou quando recebeu a notícia da morte do filho. "Meu pai está internado no hospital do Maranhão."

Desaparecimento
O jovem estava desaparecido desde o último domingo (25). De acordo com informações de amigos de Renato, ele não apareceu em casa depois de ser visto no show que aconteceu no sábado (24). "Eu fui com ele no show e assim que entramos ele disse que iria se encontrar com as amigas do serviço dele. Depois disso não o vi mais", explica a amiga Luanna de Oliveira Vaz da Silva.
Ela conta que o amigo era homossexual e que poderia ter sido vítima de preconceito. "O Renato gostava de se maquiar, de se produzir. Ele fazia chapinha (sic) no cabelo, às vezes tingia também" explica a amiga da vítima. Além disso Luanna afirma que o amigo era ameaçado pelo ex-namorado que queria reatar a relação.
O corpo do jovem foi encaminhado ao IML. A família informou que o velório acontece ainda nesta terça-feira após a liberação do corpo, a partir das 20h.

Investigação
A Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) investiga o caso e informou que até o momento não existe nenhuma informação nova.

 Disponivel em: http://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2013/08/jovem-e-encontrado-morto-com-rosto-desfigurado-apos-show-em-palmas.html

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Amor = respeito

Beijo de Sheik é repudiado com homofobia por dançarinas do programa de Faustão

bailarina-faustao 

A homofobia repercutindo o beijo do atacante Emerson Sheik no amigo continua, mesmo ele tendo arregado e perdido a oportunidade de lutar contra o preconceito no futebol. Agora foram algumas dançarinas do Domingão do Faustão as homofóbicas.
Segundo o UOL, pelo menos duas dançarinas fizeram comentários preconceituosos contra o ato de um homem beijar outro:
“Inaceitável (sic), homem que é homem não beija na boca de homem”, falou a bailarina chamada de Carol por Faustão.
Logo depois, outra também reclamou. “De jeito nenhum, homem com homem não dá certo não”, completou Letícia.
Não bastasse isso, o próprio Faustão fez uma piadinha também homofóbica:
Depois da deixa da bailarina, Faustão ainda fez uma piada com a frase dela. “Homem com homem dá Lobisomen”, brincou o apresentador.
Se fossem comentários racistas, do tipo “Inaceitável isso, branco(a) que é branco(a) não beija um(a) negra(o)” ou “De jeito nenhum, branco(a) com negra(o) não dá certo não”, a comoção generalizada iria se estabelecer, com defensores dos Direitos Humanos alardeando o fato e a Justiça ameaçando suspender a transmissão do programa. Mas quando a minoria atacada é homossexual, “tudo bem” para todos, “são só opiniões”, e o poder público se cala.
Esse é mais um momento em que a TV aberta mostra seu caráter espúrio e anticidadão, propagando e incitando o preconceito.


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Ator transexual narra em peça sua busca por identidade

Leo Moreira Sá entoa a oração de sua "santa padroeira", Simone de Beauvoir. "Que nada nos defina. (...) Que a liberdade seja nossa própria substância", prega ele em "Lou&Leo", documentário cênico em que relata a sua vida, em cartaz no Espaço dos Satyros.

"Leo é um homem em um corpo feminino que desceu ao Hades e voltou para passar a experiência", diz o diretor Nelson Baskerville, que vê "Lou&Leo" como um "Luís Antônio-Gabriela" (premiado espetáculo sobre o irmão transexual do encenador) invertido. 

Leo, 55 anos, nasceu Lou--Lourdes Helena. Define-se como um homem em processo. Viveu surtos (e abusos sexuais) na adolescência, quando as formas femininas de seu corpo começaram a se anunciar.


 
O ator Leo Moreira Sá, que está em cartaz no espetáculo 'Lou&Leo' 
O ator Leo Moreira Sá, que está em cartaz no espetáculo 'Lou&Leo' 
Adulto, mobilizou-se pelo anseio de sentir-se um ser íntegro. "Quem era eu? O que era eu? Quem sou eu? O que sou eu?", se perguntava.
Sempre à procura de respostas, cursou ciências sociais na USP. Lá, integrou o grupo punk feminino As Mercenárias, ocupando o banquinho de bateria de Edgard Scandurra.
O discurso libertário da banda e de pensadores como Margareth Mead, Michel Foucault e Simone de Beauvoir ajudaram Leo a trocar o desejo de enquadramento pelo questionamento sistemático das imposições da sociedade. 

"A transexualidade me possibilitou um olhar crítico sobre a cultura heteronormativa. Estar fora dos padrões me fez ver que o problema não está em mim, mas na formatação dos conceitos de homem e mulher", diz ele, que ficou preso por tráfico de drogas de 2004 a 2009 e encontrou abrigo no teatro após cumprir pena. 

Ingressou na Cia. Os Satyros e conquistou o prêmio Shell de iluminação de 2012,em parceira com Rodolfo García Vázquez. Com o dinheiro recebido, fez a mastectomia total e passou a ter imagem mais condizente com sua essência. 

Leo vive uma catarse em "Lou&Leo". Se não conseguiu expulsar seus fantasmas, já dialoga com eles, sem medo: "Hoje vejo que meus demônios continuarão na minha vida, sentados comigo em uma eterna mesa de negociação". 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero recebe inscrições

 VAMOS PARTICIPAR?!

 
Estão abertas, a partir de hoje (01/07), as inscrições para a 9º edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero. Este ano, as propostas de concursos de redações, artigos científicos e projetos pedagógicos escolares devem basear nas questões da igualdade de condições entre mulheres e homens. 
 
A escolha do tema é livre, porém, é recomendado que reflexões envolvendo formas de discriminação sexual, étnica, racial e por orientação, sejam consideradas durante a construção dos textos. Os docentes também podem participar do prêmio inscrevendo um projeto pedagógico sobre questões de discriminação entre mulheres e homens, raça ou orientação sexual. 

A iniciativa dos Projetos Pedagógicos visa ampliar e replicar boas experiências que existam ou serão realizadas nas escolas brasileiras, além de fomentar o envolvimento da comunidade escolar em torno do debate sobre a igualdade.

As propostas devem ser enviadas até o dia 30 de setembro. Para obter mais informações sobre o prêmio, acesse www.igualdadedegenero.cnpq.br

O Prêmio é organizado pela secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Ministério da Educação (MEC), Ministério de Ciências Tecnologia e Inovação (MCTI) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ONU Mulheres.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O beijo do Sheik e a homofobia latente do futebol


As reações imediatas revelaram algo que todos estão carecas de saber: que o futebol (não apenas ele) é uma arena profundamente machista e homofóbica.

 

sheik.jpg


O beijo de Sheik pode ser uma grande oportunidade para debater o preconceito no mundo esportivo

Domingo (18), o jogador do Corinthians, Emerson Sheik, para comemorar a vitória de seu time sobre o Coritiba, postou uma foto dando um selinho em seu amigo, o chef de cozinha Isaac Azar, dono do bistrô Paris 6. As reações foram imediatas e, claro, revelaram algo que todos estão carecas de saber: que o futebol (não apenas ele) é uma arena profundamente machista e homofóbica. E prova disso foi o ato de cinco torcedores que foram hoje (19) na porta do Centro de Treinamento do Corinthians carregando faixas com os seguintes dizeres:  “Viado não!”; “P.Q.P... Aqui é lugar de homem”.

As palavras escritas nas faixas dos torcedores da Camisa 12 apenas deixam claros marcadores comuns do mundo futebolístico, mas podem ser estendidas: o de que o futebol é o lugar do “homem de verdade” (macho, ativo, reprodutor e heterossexual) e não lugar dos viados (que não são considerados “homens”) e também não é o lugar de mulheres, visto que o machismo impera dentro e fora do campo. E para isso basta ver o “destaque” que se dá ao futebol feminino, tanto por parte dos clubes como por parte dos meios de comunicação especializados.

Mas antes de avançarmos é interessante nos determos a algumas declarações dadas pelos “manifestantes”. Ao UOL Esporte, Marco Antônio, membro da diretoria da Camisa 12, declarou o seguinte: "A nação inteira está freneticamente indignada. Pode até ser a opção dele, mas nós estamos sempre tirando sarro dos bambis (modo pejorativo com o qual é chamada a torcida do São Paulo). O mínimo que ele tem de fazer é um pedido de desculpas". Disse mais: "A gente não quer ser homofóbico, mas tem de ter respeito com a camisa do Corinthians. Aqui não vai ficar beijando homem. Hoje são 5, amanhã são 30 e depois 300. Vamos fazer a vida dele um inferno".

A declaração do membro da diretoria da Camisa 12 ao UOL Esporte só não é crime por que a PLC 122/2004, que tramita há nove anos no Congresso Nacional, ainda não foi aprovada, visto que a homofobia não é exclusividade do mundo futebolístico: ela também está alojada no Congresso com inúmeros representantes que declararam guerra aos direitos civis das pessoas LGBT e das mulheres.
Esse grupo, que defende o direito de ofender os seus adversários com expressões que remetem à homossexualidade e à passividade (seja masculina ou feminina), representa, infelizmente, uma boa parcela das torcidas do Brasil e não apenas a corintiana. Interessante seria (e até mesmo paradigmático) se outras torcidas, do Corinthians ou não, declarassem apoio ao jogador. Mas isso é utópico, visto que nenhum jogador ou torcida quer estar associado à homossexualidade.
Um selinho para criar novos paradigmas?

...e os homofóbicos de plantão
Se por um lado o selinho de Sheik em seu amigo desnudou completamente a homofobia latente do mundo esportivo, por outro pode ser uma grande oportunidade para os dirigentes dos clubes, para o Ministério do Esporte e até mesmo as torcidas repensarem suas posturas e deixarem para trás esta pedagogia do ódio escamoteada no mundo esportivo, pedagogia que espanta uma série de jovens ou que faz com que estes, quando ascendem na carreira, vivam as suas sexualidades dissimuladamente.

Devemos nos lembrar que no ano que vem o Brasil vai sediar a Copa do Mundo. Quer melhor momento do que esse para trazer à luz a questão do machismo e da homofobia no mundo do futebol? Se o fatídico selinho incomoda tanto é porque os machos alfas do futebol juravam que suas arenas estariam livres desses “viados”. Na verdade, eles dissimulam tal questão, pois sabemos que o mundo futebolístico, assim como qualquer outro que envolva corpos desejantes, está repleto de sujeitos iguais que se relacionam entre si sexualmente.

Mas as torcidas não estão sozinhas em sua propagação da homofobia. São incentivadas socialmente e também comercialmente. Pois a teoria mais comum que se escuta a respeito de jogadores famosos (mas também de atores, por exemplo) é que, se estes "saem do armário", nenhuma marca e ou patrocinador vai querer estar associado a um sujeito homossexual e sua carreira vai pro buraco; acreditam que isso prejudica a marca.
Ora, seria muito legal que neste momento algum produto (seus gerentes) declarasse apoio espontâneo ao jogador em questão. Porém, esta lógica perversa (social e comercial) é que faz com que cenas deprimentes como a que aconteceu hoje no CT corintiano se repitam ad eternum. 

Se eu contar você não vai acreditar, mas...

Igreja proíbe o uso de desodorante roll on por simular forma do pênis

valdemiro Igreja proíbe o uso de desodorante roll on por simular forma do pênis

Em recente pregação televisiva o Apóstolo Valdemiro Santiago condenou o uso do desodorante em formato roll on. De acordo com sua orientação teológica o formato destes desodorantes simulam a forma de um pênis e tal fato poderia desencaminhar as fiéis para o caminho da satisfação sexual solitária.
O apóstolo chegou a comentar que nos plantões dos hospitais não são raros os casos de mulheres e homens que dão entrada com objetos inusitados ‘agarrados’ em suas regiões íntimas. Para Valdemiro “o inimigo tem suas artimanhas pra levar o irmão e a irmã pro pecado. Quem tá no ‘araçá’ pode usar qualquer ‘trem’ pra tentar gozar”.
Durante o culto realizado no último domingo (18/08/13) o pastor pediu aos telespectadores que evitassem o uso deste formato de desodorante e que se tivessem que escolher entre a ‘fedentina’ e o ‘desodorante rolão’ seria melhor o cheiro do suor, pois o mesmo é sagrado.

Disponivel em: http://bobagento.com/igreja-proibe-o-uso-de-desodorante-roll-on-por-simular-forma-do-penis/

(Obrigada acadêmico Antoninho pelo envio da matéria)

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Com Glória Pires, Flores Raras pode enfrentar preconceito inédito nos cinemas do país

Filme abriu o Festival de Gramado e chega às salas do país nesta sexta-feira (16)
Filme abriu o Festival de Gramado e chega às salas do país nesta sexta-feira (16)

Por Julio Cavani, do Diario de Pernambuco
Flores raras, exibido na abertura do Festival de Cinema de Gramado, tem uma importante contribuição a oferecer para a questão do respeito à diversidade sexual no Brasil. Protagonizado por Glória Pires e Miranda Otto (O senhor dos anéis), sob direção de Bruno Barreto, o filme retrata a relação de amor entre a arquiteta brasileira Lota de Macedo e a escritora norte-americana Elizabeth Bishop. O filme estreia por aqui na próxima sexta-feira (16).
O longa, que já passou pelos festivais de Berlim e Toronto, será lançado no circuito nacional de cinema comercial e, com ajuda da fama e do sucesso de Glória Pires, deve enfrentar preconceitos de forma inédita no mercado cinematográfico. Antes da projeção, Glória Pires recebeu o Troféu Oscarito pelo conjunto de sua obra. Ela dedicou o prêmio aos produtores Lucy e Luiz Carlos Barreto e todos os cineastas que a dirigiram.

Conservador
 
“O Brasil ainda é um país extremamente conservador”, criticou o cineasta Bruno Barreto na entrevista coletiva do filme Flores raras, sábado pela manhã. Em seus depoimentos para a imprensa, tanto ele quanto as produtoras do filme Lucy Barreto e Paula Barreto (sua mãe e sua irmã), revelaram as dificuldades enfrentadas para se conseguir financiar o longa-metragem, que retrata o amor entre duas mulheres. “A homossexualidade é um tema importante na história. Tive que pedir empréstimo ao banco pessoalmente para conseguir terminar o filme”, revelou o diretor.
No começo da entrevista, Bruno Barreto agradeceu e parabenizou o banco Itaú e a Globo Filmes por aceitarem associar suas marcas à temática homossexual: “Foi difícil levantar recursos. Se não fosse a coragem deles, nós não estaríamos aqui.” Flores raras será lançado no Brasil em 150 cinemas simultaneamente. “Representantes de muitas empresas gostaram do projeto, mas confessaram que não queriam associar suas marcas a um filme sobre o amor entre duas mulheres”, denunciou Paula Barreto.
“Esse filme chega em um momento em que esse assunto está em alta no mundo todo”, complementou Glória Pires, que interpreta a arquiteta Lota de Macedo Soares: “Espero que o filme possa ajudar as pessoas a encararem essa situação de forma mais normal, que coloque os seres humanos com os mesmos direitos.”

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Em busca do corpo perfeito...

"Como ter um corpo de praia"
"1. Tenha um corpo"
"2. Vá a praia"

O manifesto das coroas poderosas

Mulheres que não têm medo de esconder a idade. Facebook, tatuagens fazem parte da rotina delas, o botox jamais

POR MIRIAN GOLDENBERG*
 
Tenho percebido um público novo, diferente, alegre, nas minhas palestras mais recentes. É um grupo muito interessante e interessado, que tem estado cada vez mais presente em debates sobre gênero, casamento, corpo, envelhecimento e felicidade. É um grupo animado, atento, curioso. Também é muito colorido, elegante, questionador. Afinal, que grupo é esse que tem chamado a minha atenção e que parece crescer muito rapidamente? A grande maioria é de mulheres.
 
    
"A coroa poderosa não se preocupa com rugas (...)"- Início do Manifesto das Coroas Poderosas  (Foto: Pedro Farina) Elas são muito singulares e diferentes umas das outras. Os cabelos são brancos ou loiros, as unhas pintadas, algumas capricham na maquiagem. Elas chegam cedo, sozinhas ou com amigas, sentam nas primeiras filas, ficam até o final, fazem perguntas e ainda me abordam para elogiar a palestra e contar as suas vidas. A maioria mora sozinha. Muitas não têm empregadas ou cuidadoras. Elas desejam  usufruir plenamente a liberdade de fazer o que querem, na hora que querem, sem prestar contas a ninguém. Elas saem e viajam muito, sozinhas ou com amigas. Adoram atividades culturais, são super bem informadas, muitas estão no Facebook. Dizem que nunca fizeram cirurgia plástica ou botox.
     Todas fazem exercícios (na praia, em praças ou academias). Muitas dirigem seus carros. Algumas me mostram as tatuagens que fizeram recentemente e contam que vão à praia de biquíni. Elas não escondem ou mentem a própria idade. Muito pelo contrário. Afirmam orgulhosamente que já passaram dos 80 anos. Algumas têm (inacreditáveis) 92 anos. Essas belas mulheres me ensinaram a enxergar o meu próprio envelhecimento com mais carinho e alegria. Em homenagem a elas, costumo terminar as palestras com o meu “Manifesto das Coroas Poderosas”.
     Todos nós somos ou seremos velhos, hoje ou amanhã. Velho não é o outro; velho sou eu. Não existe outra categoria social que atinge tão ampla e democraticamente todos os indivíduos do planeta. O Manifesto é dedicado a todas as mulheres - e também aos homens - que querem ter o direito de envelhecer com dignidade, liberdade e felicidade.
E com muito bom humor.


Manifesto das Coroas Poderosas:
   

"A Coroa Poderosa não se preocupa com rugas, celulites, quilos a mais. Ela está se divertindo com tudo o que conquistou com a maturidade: liberdade, segurança, charme, sucesso, reconhecimento, respeito, independência e muito mais. Ela quer rir, conversar, sair, passear, dançar, viajar, estudar, cuidar da saúde, ter bem-estar e qualidade de vida, enfim, 'ser ela mesma' e não responder, desesperadamente, às expectativas dos outros. Quer exibir o corpo sem medo do olhar dos homens e das mulheres, sem vergonha das imperfeições e sem procurar a aprovação dos outros.
     A Coroa Poderosa descobriu que a felicidade não está no corpo perfeito, na família perfeita, no trabalho perfeito, na vida perfeita, mas na possibilidade de 'ser ela mesma', exercendo seus desejos, explorando caminhos individuais e tendo a coragem de ser diferente. Ela sabe que não deve jamais se comparar a outras mulheres, porque cada uma é única e especial. Portanto, como presidente, secretária, tesoureira e única militante do Movimento das Coroas Poderosas (já que todas as amigas da minha idade que chamei para participar do movimento se sentiram ofendidas), convoco todas as mulheres, de qualquer idade, que estão cansadas de sofrer com as pressões sociais, com a decadência do corpo e com a falta de homem a se unirem ao nosso grito de guerra:
'Coroas Poderosas unidas jamais serão vencidas!'
'Fodam-se as rugas, as celulites e os quilos a mais!'"


Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ruth-de-aquino/noticia/2013/08/o-manifesto-das-coroas-poderosas.html
 

Menina que se veste como menino bomba nas redes sociais

Tereza Brant (Foto: ÉPOCA)
Como um Sansão às avessas, Tereza Brant, uma menina de classe média (ex-alta) de Belo Horizonte só conseguiu encontrar a 'força' depois de cortar o cabelo. Então virou... Tereza Brant, uma menina com voz, corpo e rosto de menino que adora ser Tereza. O menino encantador, sexy e de sorriso solto é o novo sucesso entre adolescentes nas redes sociais. Cada foto publicada no Instagram gera mais de mil curtidas, muitos compartilhamentos e comentários de todos os tipos, como "Mesmo sendo uma mulher heterossexual, você é o macho que eu quero", "Por você eu viraria lésbica", "Nossa, você é lindo" -, e, no Facebook acumula mais de 30 mil seguidores. Está confuso (a)? “Não vim ao mundo para explicar, mas para confundir. Não gosto de nada fácil”, afirma a moça, discorrendo com tremenda tranquilidade sobre suas escolhas. Mas a maioria das pessoas passa horas discutindo sobre o assunto quando se depara com uma foto de Tereza, no RG Tereza Christina Silva Borges, tentando encontrar uma explicação, que para ela não existe. “Sinto-me bem assim e não vou deixar de ser eu mesma”. O fascínio e a curiosidade das pessoas só fazem crescer e, com isso, sua popularidade. "É uma loucura, estou sem saber o que fazer com isso tudo. As pessoas me param nas ruas", diz Tereza. Ela começou a fazer tratamento com hormônios masculinos para dar uma ‘bombada’ há nove meses, quando viu que os amigos cresciam e ela continuava franzina. Tereza não quer mudar de nome nem se tornar homem, só na imagem, cujo único critério para a transformação foi o espelho. "Costumava namorar meninos, mas faltava alguma coisa. Quando cortei o cabelo e meu vi no espelho, adorei, mas parecia que tinha parado no tempo e queria também ver mudanças, externar o que eu sentia de dentro para fora. Foi aí que comecei o tratamento. Me dou muito bem sendo menino e expondo isso. Já mudei bastante, os músculos cresceram, a voz engrossou, só estou odiando os pelos crescendo por toda a parte. É uma coisa horrorosa”, diz ela. Pretende fazer alguma cirurgia? “Só nos seios, que depois que comecei o tratamento viraram uma muxiba da vovó, mas ainda não sei quando. Quando a pessoa me vê sem camisa, ela fica literalmente confusa e quando descobre que sou mulher, só piora”, afirma.

E seus pais? "Sou filha única e minha mãe sempre teve um relacionamento aberto comigo. Sempre disse: 'te amo do jeito que você é'. Meu pai sempre me deu todo respaldo possível. Tudo é mais simples do que parece", diz ela, que não foge de nenhuma pergunta, como por exemplo, se prefere meninos ou meninas. "Até os 16 ficava com meninos, mas depois que cortei o cabelo passei a ficar com meninas. O que importa é o ser humano. Se dá para aprender com os dois, porque escolher um só?", diz ela, que recebe cantada de todos os lados, gays, héteros, bissexuais e principalmente meninas muuuuito novas, de 13 a 17 anos.
 
Tereza Brant (Foto: ÉPOCA)
 
Tereza não consegue listar um único inconveniente em seu cotidiano – atualmente ela divulga festas de música eletrônica (não gays) na capital mineira e teve que parar de estudar por problemas financeiros, mas pretende cursar faculdade de medicina -, e não tem um caso de rejeição para contar, nem quando as meninas – que ainda não a conhecem – acreditam que ela seja um gato na noitada. “Nunca passei por homem se não fosse por brincadeira. Quando me apresento falo meu nome normal, mas já aconteceu de eu brincar com a minha ‘dupla personalidade’ e a menina ficar bem chateada”, diz. “Nunca vou mudar e gostaria que as pessoas me entendessem e pensassem como eu. As pessoas precisam ter a mente mais aberta e precisamos de pessoas com ideias diferentes para fazer o mundo ficar melhor. Adoro ser um tapa na cara das pessoas”, diz Tereza, que não vê problema em fazer parte de uma ONG ou grupos trangêneros. “Apoiaria todas as causas, porque as pessoas querem ser tratadas com respeito independente da postura. A gente só quer ser levado a sério”, diz. Pretende ser mãe? “Me vejo como o melhor pai do mundo, mas nunca pensei em gerar filhos, vê-los saindo de mim. Mas quero casar e, quem sabe, adotar”. Alerta: mesmo com tanto assédio, Tereza está solteira e avisa: "Passei da fase de pegadora. Lógico que reparo em homens bonitos, mas com mulheres faço questão de dar minha opinião. Mulheres são bem mais sensuais". E, mesmo querendo estudar medicina, Tereza tem um sonho: "Adoro posar para fotos, atuar e cantar. Meu sonho é trabalhar na TV Globo".
 

Pedagogia do salto alto: Professora transexual defende sua dissertação de mestrado na UFRGS




marinaNo dia 23 de agosto, às 14h, na Sala 101 da Faculdade de Educação da UFRGS, acontece a Defesa de Dissertação de Mestrado da professora e ativista social Marina Reidel.
Em sua pesquisa, Marina problematiza as trajetórias de numerosas professoras transexuais, atuantes no ensino público no Brasil. Ao mesmo tempo em que traça estas histórias, a pesquisadora analisa os impactos educacionais da atuação destas professoras nas escolas, configurando aquilo que ela denomina de uma “pedagogia do salto alto”. Nesta modalidade pedagógica, elementos que dizem respeito ao corpo, ao gênero e à sexualidade da professora, tradicionalmente silenciados, trazem impactos no desempenho docente.
O projeto teve orientação do prof. Dr. Fernando Seffner e a banca examinadora conta como o Prof. Dr. Marcio Rodrigo Vale Caetano (FURG), Profª. Drª Rosimeri Aquino da Silva (UFRGS) e Profª. Drª Jane Felipe de Souza (UFRGS) e o projeto teve orientação do prof. Dr. Fernando Seffner.
Marina Riedel é professora de Educação Artística, atualmente trabalhando com temas de direitos humanos e diversidade sexual e gênero na Prefeitura Municipal de Canoas e em breve será a primeira transexual com título de Mestre no RS. 
A defesa é aberta ao público.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Marca japonesa de lingerie ousa e coloca trans em seu mais novo comercial.



Moça surpreende no fim do comercial
Com a ideia de inovar os comerciais de televisão feitos para divulgar as lingeries femininas, uma fabricante japonesa decidiu apostar em uma surpresinha no final de sua mais recente peça publicitária. Uma oriental belíssima exibe toda sua sensualidade em frente à câmera e vai tirando sua roupa.

Ao som de “I Love You So”, de Country Cover, a japonesa vai tirando não só a roupa, mas também maquiagem, cílios postiços e muito mais coisas – chegando ao fim do comercial totalmente revelada. A surpresa fica por conta de que na verdade ela é ele, chutando de vez o preconceito contra pessoas trans.
 

Livro infantil



Agradecimento ao acadêmico Antoninho pelo envio do link!