quarta-feira, 30 de julho de 2014

Sexualidade, assunto de todos os professores

Sexualidade, assunto de todos os professores

 | Sexualidade
Oi, gente. O texto da semana passada deu o que falar! Foi nosso recorde de audiência, com mais de 800 visualizações em apenas um dia. Contei sobre uma saia-justa enfrentada por um professor de Matemática quando um grupo de alunas tentou erotizar um conteúdo. Pois é: muitas vezes, a Educação Sexual surge das demandas dos alunos no cotidiano escolar. Quando o professor menos espera aparecem na sala de aula, ou numa conversa no corredor, questões e/ou situações que não foram articuladas previamente pela sua área curricular. E aí não importa se o docente é de Geografia, História, Educação Física… É preciso abordar a questão quando ela surge.
E quando isso acontece, é comum eu ouvir o seguinte:
- Mas Maria Helena, eu não fui formado pra isso! Como devo agir?
Sim, reconheço a dificuldade em tratar deste assunto e também a carência da formação de professores nesta área. Aliás, este não é um problema só da pedagogia, mas de todas as profissões. Infelizmente, a sexologia não foi ainda inserida nos currículos de formação universitária. Mas, mesmo assim, não podemos mais fazer vista grossa para este assunto nas escolas. Essa dificuldade precisa ser enfrentada. Por não saber como lidar com questões ligadas à sexualidade, o professor pode perder uma grande chance de exercer o seu papel na integralidade: ser um educador no sentido mais amplo do termo – preocupado não apenas com os conteúdos curriculares, mas com a formação integral de seus alunos.
Para isso acontecer, é necessário mexer na cultura dos professores em relação à sexualidade.  É o que vejo na maioria das escolas que visito. A instituição precisa, sim, proporcionar ao professor uma capacitação sobre o tema (vamos falar sobre isso em textos futuros, não se preocupe). É necessária toda uma programação que  permeie a concepção, os objetivos, os conteúdos e as orientações didáticas de cada área no decorrer de todo o Ensino Básico. A transversalidade necessita de uma política de integração entre as áreas, um conhecimento básico – comum a todos os professores – sobre sexualidade e prevenção e o compromisso de toda comunidade escolar em torno do tema.
Também ajuda bastante se cada profissional buscar se instruir a respeito das temáticas que costumam acontecer na sua sala de aula.
Vejo alguns caminhos para isso:
1-    Formar grupos de estudos para debater as questões concretas que surgem na escola;
2-    Buscar a opinião de especialistas. Isto pode ocorrer tanto de forma presencial, por meio de pesquisa em livros ou no mundo virtual. O Instituto Kaplan é uma organização que tem um trabalho em educação sexual voltado para a capacitação de educadores e consultoria as escolas. Além disso, a entidade oferece um serviço gratuito de atendimento à distância pelo Skype (para isso, basta procurar pelo usuário sosex_kaplan na rede social)
3-    Outro fator muito importante é rever os próprios tabus e procurar adotar uma postura isenta de julgamento moral. Não é fácil, mas, como educadores, precisamos estar abertos para isso. E se você tiver possibilidade de vivenciar um processo psicoterapêutico – fazer terapia – ajuda muito a gente a fazer este reconhecimento de forma mais rápida.
Vale ressaltar, ainda, que se familiarizar com a abordagem da sexualidade no ambiente escolar leva tempo. Não se preocupe se no início você se envergonhar, se sentir inseguro ou temer por situações que ainda não tem a menor ideia de como conduzir, etc.: é muito melhor do que fingir que a questão não existe! E mais, nada como a prática para nos ajudar a adquirir experiência.
Na sua escola há alguma experiência de educação continuada para os professores desenvolverem a prática em educação sexual?  Espero o seu comentário!
Um beijo!

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