A lei contra “propaganda gay” aprovada na Rússia este ano não se
restringe apenas a proibir que gays saiam do armário na frente de
crianças como o governo quer fazer acreditar. Mesmo que fosse “apenas”
isso já seria condenável, mas ela tem cerceado a comunidade LGBT de
muitas outras formas.
Dois professores, por exemplo, um gay e uma lésbica, foram demitidos
após a legalização dessa proibição. Alexander Yermoshkin, de 38 anos,
professor de geografia há 18 anos, perdeu o emprego porque participa de
uma ONG arco-íris há quatro anos.
Já Olga Bakhaeva, de 24 anos, que ensina história, foi desligada do
colégio após ser identificada como LGBT em um perfil de rede social (ela
comentava sobre a perseguição escolar de outro professor homossexual).
Pessoas que se passaram por jornalistas ligaram para a escola onde
lecionava e tiveram acesso a seus dados. Depois, passaram a ligar
pedindo que fosse demitida.
A gota d’água foi quando o pai de um aluno alegou que a criança
visitou o perfil de Olga e que a mesma foi exposta a “propaganda gay”.
Ela foi demitida e não conseguiu outro emprego ainda. “Eu não seria
capaz de me olhar no espelho sem desgosto. Eu parei de escrever sobre
questões LGBT na minha página, eu só escrevi sobre política. Acontece
que eu não tinha permissão para escrever sobre política também. Gatinhos
sim, política não”, disse a professora.
Agradecimento ao acadêmico Antoninho pelo envio da matéria.
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