Hoje é o Dia Nacional da Adoção! O filho adotivo é aquele que nasce no coração dos pais.Você adotou, foi adotado(a) ou sabe de alguém que foi? Conte um pouco dessa história de amor além dos laços de sangue. Poste foto com seu filho(a), seu pai ou sua mãe aqui nos comentários. Você tem vontade de adotar filhos? Muitas crianças e adolescentes esperam por uma família. Conheça o Cadastro Nacional de Adoção: http://bit.ly/1LuggzD
Este blog é um dispositivo para pensarmos sobre questões relativas à corpo, gênero, sexualidade(s), identidade(s), infância(s) em articulação com a Educação. Aqui, estudantes, professor@s e investigador@s podem (e devem) contribuir com o diálogo sobre estes temas em instituições educativas. Participe você também! Coordenação Profª Me. Amanda Leite – Curso de Pedagogia - Universidade Federal do Tocantins (UFT)
terça-feira, 26 de maio de 2015
segunda-feira, 25 de maio de 2015
Lista de países onde o casalmente gay é legalizado
23/05/2015 15h57 - Atualizado em 23/05/2015 16h16
Veja lista de países que já aprovaram o casamento gay
Casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado na Irlanda.
Foi o primeiro país a decidir a questão em um referendo.
Do G1, em São Paulo
Casal comemora aprovação do referendo do casamento gay em Dublin, na Irlanda. (Foto: Cathal McNaughton/Reuters)
saiba mais
A Irlanda se tornou o primeiro país do mundo a aprovar em um referendo o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Com as urnas do referendo de sexta-feira (22) apuradas em 39 das 43 circunscrições, o "sim" atingiu percentual de vantagem que não pode mais ser superada pelo "Não", anunciou o canal de televisão nacional segundo informações da France Presse.
Mais de 60% dos eleitores compareceram às urnas. Este foi o maior índice de comparecumento em um referendo no país em mais de duas décadas, segundo a Reuters.
Mais de 3,2 milhões de pessoas foram às urnas - muitos irlandeses que não moram no país voltaram só para participar da votação, informou a BBC.
No Brasil, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou em 2013 uma resolução que obriga os cartórios de todo o Brasil a celebrar o casamento civil e converter a união estável homoafetiva em casamento. A resolução visa dar efetividade à decisão tomada em maio de 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que liberou a união estável homoafetiva, dando direitos ampliados aos homossexuais.
No Brasil, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou em 2013 uma resolução que obriga os cartórios de todo o Brasil a celebrar o casamento civil e converter a união estável homoafetiva em casamento. A resolução visa dar efetividade à decisão tomada em maio de 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que liberou a união estável homoafetiva, dando direitos ampliados aos homossexuais.
Veja abaixo uma lista de países onde o casamento gay é legalizado:
País
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Ano em que foi aprovado
|
---|---|
Holanda
|
2001
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Bélgica
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2003
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Espanha
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2005
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Canadá
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2005
|
África do Sul
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2006
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Noruega
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2009
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Suécia
|
2009
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Portugal
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2010
|
Argentina
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2010
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Islândia
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2010
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Dinamarca
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2012
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Brasil
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2013
|
Uruguai
|
2013
|
Nova Zelândia
|
2013
|
França
|
2013
|
Inglaterra
|
2014
|
País de Gales
|
2014
|
Escócia
|
2014
|
Luxemburgo
|
2014
|
Novo Projeto De Lei LGBT Retoma Mobilização No Congresso
- Bianka Carbonieri
- 16 De Maio De 2015
- Geral, Política E Sociedade
Depois de oito anos, o debate sobre a criação de uma lei de criminalização da homofobia avança com dificuldade no Congresso. Em janeiro deste ano, o Projeto de Lei 122, chamado PL da Homofobia, acabou arquivado no Senado. Para os defensores da criação da lei, a esperança reside no novo projeto de autoria da deputada Maria do Rosário (PT-RS). O projeto 7582/2014 está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e tipifica crimes de ódio, preconceito e intolerância contra diferentes grupos.
Os números da violência contra a população LGBT apontam, de fato, para a urgência de uma ampla discussão sobre o assunto pela sociedade civil. De acordo com o Relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais no Brasil, elaborado pela organização Grupo Gay Bahia (GGB), em 2014, foram registradas 326 mortes de gays, travestis e lésbicas, incluindo nove suicídios. O número é 4,1% maior do que o registrado no ano anterior, quando foram contabilizadas 313 mortes. Uma média de um assassinato a cada 27 horas.
“O Brasil é um dos campeões dos crimes de ódio, da lesão corporal motivada pela homofobia”, afirma o deputado federal Jean Wyllis (PSOL-RJ). De acordo com Wyllys, não há dúvida sobre o fato de que a homofobia no Brasil é um fenômeno social e carrega “uma expressão letal” para a população LGBT.
O parlamentar observa que a homofobia deve ser enfrentada não apenas com a aplicação e ampliação de penas para os criminosos. “Queremos uma criminalização consoante com o Direito Penal Mínimo. Queremos que a injúria homofóbica, por exemplo, não seja punida com prisão. Por que a gente sabe quem vai parar na prisão: os pobres, as pessoas que não tiveram educação”, explica Jean Wyllys.
“Queremos punição com medidas socioeducativas e medidas pecuniárias, no caso de estabelecimentos comerciais que discriminem a população LGBT”, defende. Jean Wyllys aponta também para a necessidade de adoção de políticas públicas de educação e cultura para incluir socialmente a população LGBT e combater o chamado bullying homofóbico. “São políticas para que as famílias homoafetivas sejam reconhecidas e gozem de proteção legal. Essas políticas também devem incidir sobre as representações da homossexualidade nos meios de comunicação”, esclarece.
Informações: Agência Brasil
quarta-feira, 6 de maio de 2015
Teoria do gênero
Há uma “necessidade urgente” da sociedade atual de fugir de si mesma
O chamado “mundo LGBT” tem tido uma nova prioridade: negar a todo custo a existência da teoria de gênero.
Devemos reconhecer que, na verdade, eles nunca definiram as suas ideias como uma "teoria" propriamente dita, mas é legítimo usar esse termo porque o corpo de ideias que eles defendem pode ser enunciado a partir de duas convicções específicas.
A primeira declaração da teoria de gênero é que existiria uma sexualidade específica (ou "dado biológico") e um gênero distinto (ou "dado psicológico"). Ou seja: um ser humano pode ser masculino-homem ou feminino-mulher quando há coincidência entre o sexo biológico e o gênero; mas também poderia ser masculino-mulher ou feminino-homem, no caso em que o sexo biológico e o gênero não coincidem. Tudo isso é apresentado como "normal", palavra insistentemente presente na terminologia LGBT.
A segunda afirmação da teoria de gênero é que seria possível escolher de forma autônoma o gênero “preferido” (ou “sentido”), prescindindo do fato biológico. Teria sido a sociedade quem nos impôs os gêneros identificados à força com o dado biológico. A partir de agora, porém, deveríamos ficar cientes de que as crianças podem crescer “livres” desses “estereótipos” e ter a oportunidade de decidir “livremente” o seu gênero, mediante uma educação que não fizesse distinções entre meninos e meninas.
Estas afirmações fazem parte de uma teoria complexa que procura legitimar a “sexualidade mutável” ou “líquida” em nome de uma “autonomia sexual” que permita a cada um escolher a própria identidade sexual (com ou sem cirurgia de mudança de sexo).
Uma parcela relevante da ciência médica, no entanto, enxerga estas crenças como uma patologia mental, definindo o transexualismo como um "transtorno de identidade de gênero" no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais e explicando-o como "o desejo persistente das características físicas e dos papéis sociais que conotam o sexo biológico oposto". De acordo com o manual, portanto, existe apenas o sexo biológico; desejar ser diferente daquilo que naturalmente se é seria sintoma de um distúrbio mais profundo.
O chamado “mundo LGBT” percebeu que a sociedade identifica as suas convicções com uma "teoria", o que torna mais difícil entrar nas escolas e incutir tais ideias na sociedade futura. Assim, as associações homossexuais parecem ter mudado de estratégia e agora passam a acusar o Vaticano de ter inventado a existência da teoria de gênero.
É curioso, porém, que, mesmo negando a existência da teoria como tal, os expoentes das convicções LGBT continuam afirmando o seu conteúdo. Um exemplo marcante é o da filósofa Chiara Lalli, que passou a afirmar que a alma não existe, que o instinto materno não é uma característica feminina natural e inata e que abortar é “normal” (de novo esta palavra tão em voga). É uma posição ideológica que se revela imediatamente, por mais que a filósofa esteja empenhada em negar a existência da teoria de gênero e tachá-la de "um inimigo que imaginaram ou construíram".
O caso é que Lalli, ao negar a existência da teoria de gênero, descreve exatamente... a teoria de gênero! Ela apresenta o conteúdo da teoria sem chamá-la de teoria, sustentando-a como se fosse verdade científica. A biologia, segundo ela, não nos divide em masculino e feminino: “Há muitas possibilidades intermediárias”, como o hermafroditismo, a síndrome de Morris, a síndrome de Swyer, a síndrome de Turner e a síndrome de Klinefelter. A questão é que não se trata de "possibilidades intermediárias" entre o masculino e o feminino, mas sim de patologias genéticas, conforme indicado pelo termo "síndrome", sendo algumas delas relacionadas especificamente ao sistema reprodutivo. Uma patologia não é uma “possibilidade intermediária”.
Devemos reconhecer que, na verdade, eles nunca definiram as suas ideias como uma "teoria" propriamente dita, mas é legítimo usar esse termo porque o corpo de ideias que eles defendem pode ser enunciado a partir de duas convicções específicas.
A primeira declaração da teoria de gênero é que existiria uma sexualidade específica (ou "dado biológico") e um gênero distinto (ou "dado psicológico"). Ou seja: um ser humano pode ser masculino-homem ou feminino-mulher quando há coincidência entre o sexo biológico e o gênero; mas também poderia ser masculino-mulher ou feminino-homem, no caso em que o sexo biológico e o gênero não coincidem. Tudo isso é apresentado como "normal", palavra insistentemente presente na terminologia LGBT.
A segunda afirmação da teoria de gênero é que seria possível escolher de forma autônoma o gênero “preferido” (ou “sentido”), prescindindo do fato biológico. Teria sido a sociedade quem nos impôs os gêneros identificados à força com o dado biológico. A partir de agora, porém, deveríamos ficar cientes de que as crianças podem crescer “livres” desses “estereótipos” e ter a oportunidade de decidir “livremente” o seu gênero, mediante uma educação que não fizesse distinções entre meninos e meninas.
Estas afirmações fazem parte de uma teoria complexa que procura legitimar a “sexualidade mutável” ou “líquida” em nome de uma “autonomia sexual” que permita a cada um escolher a própria identidade sexual (com ou sem cirurgia de mudança de sexo).
Uma parcela relevante da ciência médica, no entanto, enxerga estas crenças como uma patologia mental, definindo o transexualismo como um "transtorno de identidade de gênero" no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais e explicando-o como "o desejo persistente das características físicas e dos papéis sociais que conotam o sexo biológico oposto". De acordo com o manual, portanto, existe apenas o sexo biológico; desejar ser diferente daquilo que naturalmente se é seria sintoma de um distúrbio mais profundo.
O chamado “mundo LGBT” percebeu que a sociedade identifica as suas convicções com uma "teoria", o que torna mais difícil entrar nas escolas e incutir tais ideias na sociedade futura. Assim, as associações homossexuais parecem ter mudado de estratégia e agora passam a acusar o Vaticano de ter inventado a existência da teoria de gênero.
É curioso, porém, que, mesmo negando a existência da teoria como tal, os expoentes das convicções LGBT continuam afirmando o seu conteúdo. Um exemplo marcante é o da filósofa Chiara Lalli, que passou a afirmar que a alma não existe, que o instinto materno não é uma característica feminina natural e inata e que abortar é “normal” (de novo esta palavra tão em voga). É uma posição ideológica que se revela imediatamente, por mais que a filósofa esteja empenhada em negar a existência da teoria de gênero e tachá-la de "um inimigo que imaginaram ou construíram".
O caso é que Lalli, ao negar a existência da teoria de gênero, descreve exatamente... a teoria de gênero! Ela apresenta o conteúdo da teoria sem chamá-la de teoria, sustentando-a como se fosse verdade científica. A biologia, segundo ela, não nos divide em masculino e feminino: “Há muitas possibilidades intermediárias”, como o hermafroditismo, a síndrome de Morris, a síndrome de Swyer, a síndrome de Turner e a síndrome de Klinefelter. A questão é que não se trata de "possibilidades intermediárias" entre o masculino e o feminino, mas sim de patologias genéticas, conforme indicado pelo termo "síndrome", sendo algumas delas relacionadas especificamente ao sistema reprodutivo. Uma patologia não é uma “possibilidade intermediária”.
Depois dessa tentativa de demonstrar que até a sexualidade biológica seria “líquida”, Lalli procurou também teorizar a existência do gênero sexual como diferente da sexualidade biológica: "É possível ser do sexo masculino e ter uma identidade sexual masculina ou feminina (ou ambígua, oscilante, mutante). Nada disso é inerentemente patológico ou errado, e, acima de tudo, aquilo que é ‘feminino’ ou ‘masculino’ é profundamente determinado culturalmente, tanto que os papéis masculinos e femininos mudam no tempo e no espaço". Em resumo, Chiara Lalli definiu claramente em que consiste a "teoria do gênero", muito embora não queira chamá-la de teoria (além do mais, ela contraditoriamente tenta defender o relativismo apelando para adjetivos como "certo" e "errado").
Por ironia, esta explicação oferecida por ela coincide com a que foi dada por Bento XVI, em 2012, quando ele disse: "De acordo com a filosofia do gênero, o sexo não é mais um fato original da natureza, que o homem deve aceitar e preencher pessoalmente de sentido, mas sim um papel social que se decide de forma autônoma e que, até agora, teria sido decidido pela sociedade. O profundamente errôneo desta teoria e da revolução antropológica subjacente a ela é evidente. O homem contesta uma natureza pré-constituída pela sua corporeidade, que caracteriza o ser humano. Nega a própria natureza e decide que ela não lhe é dada como um fato pré-constituído, mas que é ele próprio quem a cria. Não é mais Deus quem nos criou homens e mulheres, mas a sociedade quem teria nos determinado; e, agora, nós mesmos é que decidiríamos sobre isto".
A Enciclopédia Treccani diz o seguinte sobre a teoria do gênero: "A cultura ‘gender’ leva à ideia de que a diferença entre masculino e feminino não coincide necessariamente com a diferença entre macho e fêmea, porque as características de gênero (ou estereótipos) seriam resultado de uma construção cultural. O contraste entre sexo e gênero marca a transição da visão unitária da identidade sexual de um indivíduo – que, a partir da consciência de uma corporeidade masculina ou feminina, desenvolve gradualmente uma identidade psíquica definida (masculinidade ou feminilidade) – a uma visão dualista da sexualidade, não só distinguindo, mas separando os elementos biológicos da identidade sexual (sexo) do complexo de papéis, funções e identidades apreendidos e culturalmente estruturados (feminilidade e masculinidade). Emerge, assim, uma concepção autônoma do pertencimento a um gênero, concebida como o resultado de uma escolha cultural do indivíduo, distinta da sua corporeidade".
A enciclopédia prossegue: "A perspectiva de gênero coloca em discussão o fundamento biológico-natural da diferença entre os sexos: feminilidade, masculinidade, heterossexualidade e maternidade não são mais considerados estados naturais, mas estados 'culturais', que não são definitivos nem determinantes. Em outras palavras, a utilização do termo ‘gênero’ em vez do termo ‘sexo’ abre a possibilidade de não mais se definir a pessoa a partir da sua estrutura biológica (corpo), podendo-se defini-la de acordo com a sua 'autocompreensão' psicossocial. Segue-se disto que a identificação exclusiva da pessoa como gênero, e não como ser sexuado a partir de uma corporeidade, leva à neutralização da identidade sexuada. A pessoa, assim, não é mais valorizada na sua individualidade sexuada, no seu ser-homem ou ser-mulher, mas achatada numa indiferença em que homens e mulheres são percebidos como simplesmente ‘iguais’, com todas as diferenças biológicas, de papel e de caracteres anuladas, esquecendo-se do significado essencial da bipolaridade sexual e da sua estrutura objetiva". Há, portanto, um indício da origem da teoria de gênero na ideologia comunista.
“A realização da identidade sexuada do indivíduo”, complementa a enciclopédia, “que se manifesta no seu ser-homem ou ser-mulher e que se explicita nas finalidades da sexualidade (a reprodução e a continuidade entre as gerações), pressupõe necessariamente uma dimensão corpórea definida, com base na qual o sujeito possa desenvolver uma identidade psíquica, perceber o valor da diversidade sexual e lidar com ela”.
O papa Francisco tem deslegitimado corajosamente essa teoria pseudocientífica perante o mundo inteiro, inclusive incentivando os defensores dessas visões de mundo a se amarem tais como foram criados e a refletirem sobre os porquês desta “necessidade urgente” da sociedade atual de fugir de si mesma.
Por ironia, esta explicação oferecida por ela coincide com a que foi dada por Bento XVI, em 2012, quando ele disse: "De acordo com a filosofia do gênero, o sexo não é mais um fato original da natureza, que o homem deve aceitar e preencher pessoalmente de sentido, mas sim um papel social que se decide de forma autônoma e que, até agora, teria sido decidido pela sociedade. O profundamente errôneo desta teoria e da revolução antropológica subjacente a ela é evidente. O homem contesta uma natureza pré-constituída pela sua corporeidade, que caracteriza o ser humano. Nega a própria natureza e decide que ela não lhe é dada como um fato pré-constituído, mas que é ele próprio quem a cria. Não é mais Deus quem nos criou homens e mulheres, mas a sociedade quem teria nos determinado; e, agora, nós mesmos é que decidiríamos sobre isto".
A Enciclopédia Treccani diz o seguinte sobre a teoria do gênero: "A cultura ‘gender’ leva à ideia de que a diferença entre masculino e feminino não coincide necessariamente com a diferença entre macho e fêmea, porque as características de gênero (ou estereótipos) seriam resultado de uma construção cultural. O contraste entre sexo e gênero marca a transição da visão unitária da identidade sexual de um indivíduo – que, a partir da consciência de uma corporeidade masculina ou feminina, desenvolve gradualmente uma identidade psíquica definida (masculinidade ou feminilidade) – a uma visão dualista da sexualidade, não só distinguindo, mas separando os elementos biológicos da identidade sexual (sexo) do complexo de papéis, funções e identidades apreendidos e culturalmente estruturados (feminilidade e masculinidade). Emerge, assim, uma concepção autônoma do pertencimento a um gênero, concebida como o resultado de uma escolha cultural do indivíduo, distinta da sua corporeidade".
A enciclopédia prossegue: "A perspectiva de gênero coloca em discussão o fundamento biológico-natural da diferença entre os sexos: feminilidade, masculinidade, heterossexualidade e maternidade não são mais considerados estados naturais, mas estados 'culturais', que não são definitivos nem determinantes. Em outras palavras, a utilização do termo ‘gênero’ em vez do termo ‘sexo’ abre a possibilidade de não mais se definir a pessoa a partir da sua estrutura biológica (corpo), podendo-se defini-la de acordo com a sua 'autocompreensão' psicossocial. Segue-se disto que a identificação exclusiva da pessoa como gênero, e não como ser sexuado a partir de uma corporeidade, leva à neutralização da identidade sexuada. A pessoa, assim, não é mais valorizada na sua individualidade sexuada, no seu ser-homem ou ser-mulher, mas achatada numa indiferença em que homens e mulheres são percebidos como simplesmente ‘iguais’, com todas as diferenças biológicas, de papel e de caracteres anuladas, esquecendo-se do significado essencial da bipolaridade sexual e da sua estrutura objetiva". Há, portanto, um indício da origem da teoria de gênero na ideologia comunista.
“A realização da identidade sexuada do indivíduo”, complementa a enciclopédia, “que se manifesta no seu ser-homem ou ser-mulher e que se explicita nas finalidades da sexualidade (a reprodução e a continuidade entre as gerações), pressupõe necessariamente uma dimensão corpórea definida, com base na qual o sujeito possa desenvolver uma identidade psíquica, perceber o valor da diversidade sexual e lidar com ela”.
O papa Francisco tem deslegitimado corajosamente essa teoria pseudocientífica perante o mundo inteiro, inclusive incentivando os defensores dessas visões de mundo a se amarem tais como foram criados e a refletirem sobre os porquês desta “necessidade urgente” da sociedade atual de fugir de si mesma.
Identidade de Gênero na infância
Pais narram transição de gênero de filho de cinco anos nos EUA
Mimi e Joe Lemay contaram que a princípio se tratava de uma fase do filho, mas que por fim aceitaram que se tratava da verdadeira identidade de gênero da criança.
Os pais do menino Jacob foram entrevistados por uma emissora americana e contaram detalhes sobre a transição de gênero do filho, que nasceu como menina, em 2010, mas desde os dois anos de idade expressa a vontade de ser garoto. para a NBC, Mimi e Joe Lemay contaram que a princípio se tratava de uma fase do filho, mas que por fim aceitaram que se tratava da verdadeira identidade de gênero da criança.
Jacob Lemay nasceu uma menina, mas dizia ser menino desde os 2 anos
(Foto: Reprodução/NBC) |
Jacob Lemay, 5 anos, se chamava Mia, mas desde cedo apresentava "inadequação de gênero" e se comportava como um menino. O pai contou que ainda como Mia, o filho chegou a trocar de roupa 12 vezes ao dia, insatisfeito com as roupas femininas, e que só parou ao ganhar um suéter azul, que usou por seis meses seguidos. Mimi encara que essa foi a forma que Jacob encontrou para mostrar sua inadequação.
Mia sempre escolhia cortes de cabelos masculinos e tinha dificuldades para formar amigos na escola. Com dois anos, começou a dizer que era um menino, o que deixou a mãe preocupada. "Estava confusa e preocupada, e esperava que essa obsessão em ser um menino passasse, mas o coração de uma mãe sabe quando uma criança está sofrendo", diz Mim.
Aceitação
Depois que Mimi sofreu um grave acidente de trânsito, no ano passado, ela refletiu muito e começou a aceitar que a criança deveria ser feliz sendo quem realmente é. Quando os pais compraram uma fantasia de príncipe encantado, viram o filho mais feliz do que jamais tinha sido. "Ele ficou radiante, sendo visto da maneira como queria", lembra a mãe.
Pai e mãe mostraram ao filho o vídeo de Ryland Whittington, um garoto transgênero, e perguntaram se Mia queria mudar de nome e ser um menino. "Ele respondeu que não podia, que poderia ser quem quisesse em casa, mas que tinha de ser Mia na escola", fala o pai. Mimi e Joe disseram que ele podia mudar de escola e a criança celebrou e disse que queria se chamar Jacob.
Depois da mudança, Jacob passou a fazer amigos na escola. Segundo a mãe, "ele saiu de sua concha". "Ele nunca foi Mia, aquilo era uma ilusão minha".
Gênero: uma construção social? (Carta Capital)
Série de eventos em casarão no centro de São Paulo
questiona os limites da sexualidade, do desejo e as ameaças à sua liberdade
Composição com pessoas que se identificam com o gênero feminino. Na foto, uma mulher transexual, um homem e uma mulher heterossexual
Por trás de uma porta escondida na Rua Mauá, região central de São Paulo, um casarão de três andares tem a missão de jogar luz sobre temas-tabu na sociedade contemporânea: os (trans)gêneros, seus limites e subversões. Afinal, o que é gênero? Quais os limites da orientação sexual? Até que ponto somos imutáveis?
A primeira Ocupação [SSEXBBOX], no sábado 25, trouxe ao espaço cultural Casa da Luz ativistas, acadêmicos e artistas que carregam o direito de escolha sobre a identidade de gênero como principal bandeira. Ponto que, ressaltam, nada tem a ver com a orientação sexual de cada um.
“Eu tenho uma identidade política, que é a de homem trans, mas tenho a minha pessoal, que é de bissexual”, disse a CartaCapital Luciano Palhano, do Instituto Brasileiro de Transmasculinidade (Ibrat), ao ressaltar que não é uma pessoa binária, limitada ao feminino e masculino.
“Gênero é uma construção social que permite que a gente exerça um papel na sociedade. Particularmente, considero isso algo muito opressor, que define lugares a partir de posições de poder, quando nenhuma identidade deve ser engessada”.
Em um debate sobre homens transgêneros (que nasceram mulheres e passaram por tratamento hormonal e/ou cirurgias para se tornarem homens), o representante do Ibrat fez o público rir ao lembrar de um episódio constrangedor em um bar com os amigos no Recife, em Pernambuco.
“Queríamos usar o banheiro feminino, pois só havia mictórios no outro. Tentei explicar aos garçons, mas não deu certo e eles nos obrigaram a usar o banheiro masculino”, contou ao deixar claro que é dono de uma vagina e não de um pênis. “Fizemos xixi no chão, pagamos a conta correndo e fomos embora.”
Sua mesa abriu o evento que tem como principal objetivo angariar recursos para uma conferência internacional sobre transexualidade em agosto, em São Paulo. Nele estavam presentes o músico e ativista trans Erick Barbi, a psicóloga Ilana Mountian, a pesquisadora do Núcleo de Identidade de Gênero e Subjetividades da UFSC Simone Ávila e o ator e ativista Leo Moreira Sá.
Nascido Lourdes, Leo foi baterista da banda punk As Mercenárias, casado por dez anos com a travesti Gabi e carrega na bagagem a dolorosa vivência do cárcere, que foi decisiva para deixar a sua parte Lourdes para trás.
“Eu já era reconhecido como homem, mas o homem que minhas companheiras de cela esperavam que eu fosse era o homem do crime: marido, macho, ativo, misógino, machista e criminoso”, conta ao analisar como teve de deixar um discurso relativamente libertário no qual se formou nas ciências sociais da USP para adotar um autoritário para sobreviver na prisão.
“Se te chamam para a luta, você tem que ir. Não pode recusar, ou não terá respeito de jeito nenhum. O sistema penitenciário vai te quebrando, e fui desconstruindo algumas ‘verdades’. De certa forma, tive de me olhar”, afirma.
Olhar para o gênero que se quer seguir, no entanto, não é uma escolha definitiva. Para o psicólogo Luis Saraiva, do Laboratório de Estudos da Família, Relação de Gênero e Sexualidade (Lefam) da USP, gênero é algo que inventamos na tentativa de nos definir. “Queria crer que temos gêneros infindáveis dentro de nós, mas a vida que temos hoje nos convida a escolher entre um ou outro gênero”, observa o também membro do Conselho Regional de Psicologia (CRP).
“Se criamos isso, podemos inventar o quanto quisermos e transitar (entre gêneros). As coisas podem mudar dentro da gente”, disse o pesquisador que se define como "viado" e não gay, pois diz não carregar todos os pré-requisitos de um homem. “Sem ser homem, eu não posso ser gay, então prefiro ser 'viado'."
No segundo debate do sábado, em que esteve ao lado da cartunista Laerte Coutinho, da representante do Mães pela Diversidade Majú Giorgi e do membro do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual Luis Arruda, Saraiva mostrou preocupação com o polêmico Estatuto da Família.
O Projeto de Lei 6583/13, que considera apenas a união entre homem e mulher para constituir uma família e restringe a possibilidade de adoção por casais homossexuais, começará a ser debatido em audiências públicas nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo pela comissão parlamentar responsável por sua aprovação no Congresso.
Saraiva comparou o teor do estatuto ao do projeto de “cura gay”, que determinava o fim da proibição pelo Conselho Federal de Psicologia de tratamentos para reverter a homossexualidade. “Depois de três anos nos desgastando contra a ‘cura gay’, vamos nos ocupar desse estatuto. É uma imbecilidade dizer que família é um conjunto composto por homem, mulher e seus descendentes e que sua função é procriar”, disse Saraiva.
O psicólogo lembrou também que o CRP lançou recentemente o Manifesto em Defesa da Família Brasileira com o intuito de atrair para a discussão setores mais conservadores. A ideia é mostrar que o próprio estatuto coloca em risco a família, uma vez que restringe outras possibilidades de modelo familiar.
De acordo com o advogado Luis Arruda, do ponto de vista jurídico, o PL 6583/13 é inconstitucional e deve ser barrado no Supremo Tribunal Federal caso seja aprovado no Legislativo. “Precisamos lembrar que o grande articulador disso tudo se chama Eduardo Cunha. Por que projetos como o Estatuto da Família e o da ‘cura gay’ são postos em pauta? Porque servem de cortina de fumaça para a aprovação de outras coisas que querem”, disse sobre a terceirização ou mesmo o financiamento privado de campanhas eleitorais.
Apesar de juristas entenderem atualmente que o conceito de família deve ser ampliado e ter o afeto como elemento primordial, o estatuto vai na direção contrária. “O Estatuto da Família não quer deixar eu ter netos”, reclamou Majú Giorgi, do Mães pela Diversidade, cujo filho é gay. “Cada um tem de escrever seu script, a sua história da maneira como for feliz”.
A ideia de que precisamos de um pai e uma mãe é muito tradicional e, segundo Laerte, vem caindo assim como os paradigmas em relação àquilo que devemos ou podemos ser. “Os enquadramentos acabam limitando e impondo determinados comportamentos. Se você é homossexual, tem de responder por uma série de padrões. E a gente é tanta coisa!”, disse a CartaCapital. “Eu primeiro me descobri homossexual, depois bissexual, e muitos anos depois transgênero. Tecnicamente, estou habilitada para fazer sexo com qualquer pessoa”, ironizou.
Além das mesas de debate, cineclube, videoinstalações e performances, o casarão na região da Luz abrigou em suas paredes arte naif que contesta os limites da sexualidade, exposição de fotos impressas em papel e em tecido, como a composição de uma barriga estriada em cima da púbis ou de uma vagina menstruada sendo masturbada. Expressões artísticas que causam o estranhamento necessário para o público questionar conceitos como libido, sexo e sua relação com gênero.
As ocupações [SSEX BBOX] serão quinzenais, das 15h às 23h, na Rua Mauá, 512. O próximo encontro está previsto para 9 de maio, e a entrada pode variar entre dois e 25 reais, dependendo da faixa de horário escolhida. O valor servirá para financiar a conferência internacional de agosto.
Para o evento, estão confirmados nomes como o ativista Buck Angel, homem transexual e ícone LGBTQI (sigla para lésbicas, gays, bissexuais, trangênero, queer e intersex) nos Estados Unidos, e o filósofo espanhol Paul B. Preciado, que lançou em fevereiro o Manifesto Contrassexual, livro ilustrado por Laerte que desconstrói os estereótipos homem/mulher, homo/hetero, natural/artificial através de análises sobre o dildo (espécie de vibrador sem motor), a história do orgasmo e a atribuição de sexo.
O [SSEX BBOX] – Sexualidade Fora da Caixa é um projeto de justiça social que desde 2009 busca oferecer um espaço de discussão sobre sexualidade e gênero a partir do relato das experiências de ativistas, educadores e artistas. Seu formato primordial inclui a realização e exibição de documentários sobre o tema, seguido por uma mesa.
Segundo o coordenador do projeto, Priscilla Bertucci, as pessoas sentem necessidade de mais espaços para debater a teoria queer – termo proveniente do inglês para pessoas que não seguem o padrão da heterossexualidade ou do binarismo de gênero em contraposição ao termo cis, designado àqueles confortáveis com o sexo e gênero em que nasceram. “Há muito sofrimento quando você tem de se apegar a apenas uma possibilidade de gênero”, disse Priscilla.
Indicação bibliográfica: o Manifesto Contrassexual
O que é a contrassexualidade? De acordo com Beatriz Preciado "Essa não é a criação de uma nova natureza, pelo contrário, é mais o fim da Natureza como ordem que legitima a sujeição de certos corpos a outros (...) Com a vontade de desnaturalizar e desmistificar as noções tradicionais de sexo e de gênero, a contrassexualidade tem como tarefa prioritária o estudo dos instrumentos e dos dispositivos sexuais e, portanto, das relações de sexo e gênero que se estabelecem entre o corpo e a máquina."
Prefácio por Marie-Hélène Bourcier, teórica queer francesa.
Edição brasileira traduzida por Maria Paula Gurgel e configurada pela editora N-1 edições, compra do livro disponível no endereço virtual -www.n-1publications.org
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