quinta-feira, 27 de novembro de 2014

a velha discussão...

universo plural

Pelo direito de broxar, falir e ser sensível, campanha pede que homens libertem-se do machismo

"Homens libertem-se" luta pelo fim do patriarcalismo e machismo

Pela não obrigatoriedade ao Serviço Militar e por não gostar de brigas ou futebol. Pelo direito de broxar (e não ter o pênis grande), ser sensível e de não ser bem sucedido.
Por um mundo em que os homens podem usar saia, chorar e cuidar das crianças. Possam ser artistas, decoradores, cabeleireiros, cuidar da aparência como bem entender e fazer exame de próstata sem ser julgados.
Um mundo na qual a frase “seja homem!” não faça mais sentido - ou ganhe um novo significado.
Essas são algumas das bandeiras levantadas pelo movimento "Homens, Libertem-se/Men Get Free", do coletivo mo[vi]mento MG/RJ em parceria com o grupo de teatro The Living Theatre, de Nova York.

Libertar os homens sem oprimir as mulheres
A ideia da campanha é questionar os valores patriarcais para promover maior respeito entre homens e mulheres. Mostrando como o machismo pode prejudicar e oprimir não só as mulheres, mas os homens também.
Vale lembrar que a campanha pede a libertação dos homens, não para oprimir as mulheres, mas para que ambos possam desfrutar juntos de maiores liberdades.

Vista Essa Saia/ DivulgaçãoAdesão
De caráter artístico e social, o movimento já ganhou adesão do músico Paulinho Moska, dos cartunistas Laerte e Miguel Paiva, dos atores Lucio Mauro Filho, Marcos Breda, Larissa Bracher, Flávia Monteiro, Igor Rickli, Aline Wirley, Álamo Facó, Nico Puig, Marcos Damigo, do produtor Nelson Motta, deputado Marcelo Freixo, entre outras personalidades.

Manifesto Homens Libertem-se!!

 - Quero o fim da obrigatoriedade ao Serviço Militar.
- Posso broxar. O tamanho do meu pau também não importa.
- Posso falir. Quero ser amado por quem eu sou e não pelo que eu tenho.
- Posso ser frágil, sentir medo, pedir socorro, chorar e gritar quando a situação for difícil.
- Posso me cuidar, fazer o que eu quiser com a minha aparência e minha postura, cuidar da minha saúde, do meu bem estar e fazer exame de próstata.
- Posso ser sensível e expressar minha sensibilidade como quiser.
- Posso ser cabeleireiro, decorador, artista, ator, bailarino; posso me maravilhar diante da beleza de uma flor ou do voo dos pássaros.
- Posso recusar me embebedar e me drogar.
- Posso recusar brigar, ser violento, fazer parte de gangues ou de qualquer grupo segregador.
- Posso não gostar de futebol ou de qualquer outro esporte.
- Posso manifestar carinho e dizer que amo meu amigo. Quero viver em uma sociedade em que homens se amem sem que isso seja um tabu.
- Posso ser levado a sério sem ter que usar uma gravata; posso usar saia se eu me sentir mais confortável.
- Posso trocar fraldas, dar a mamadeira e ficar em casa cuidando das crianças.
- Posso deixar meu filho se vestir e se expressar ludicamente como quiser e farei tudo para incentivá-lo a demonstrar seus sentimentos, permitindo que ele chore quando sentir vontade.
- Posso tratar minha filha com o mesmo grau de respeito, liberdade e incentivo com que apoio meu filho.
- Posso admirar uma mulher que eu ache bela com respeito, sem gritaria na rua e me aproximar dela com gentileza, sem forçá-la a nada.
- Eu sei que uma mulher está de saia – ou qualquer outra roupa – porque ela quer e não porque está me convidando para nada.
- Eu sei que uma mulher que transa com quem quiser ou transa no primeiro encontro não é uma vadia, bem como o homem que o faz não é um garanhão; são só pessoas que sentiram desejo.
- Eu nunca comi uma mulher; todas as vezes nós nos comemos.
- Eu não tenho medo de que tanto homens como mulheres tenham poder e ajo de modo que nenhum poder anule o outro.
- Eu sei que o feminismo é uma luta pela igualdade entre todos os indivíduos.
- Eu nunca vou bater numa mulher, não aceito que nenhuma mulher me bata e me posiciono para que nenhum homem ou mulher ache que tem o direito de fazer isso.
- Eu vou me libertar, não para oprimir mais as mulheres, mas para que todos possamos ser livres juntos.
- Eu fui ensinado pela sociedade a ser machista e preciso de ajuda para enxergar caso eu esteja oprimindo alguém com as minhas atitudes.
- Eu não quero mais ouvir a frase “seja homem!”, como se houvesse um modelo fechado de homem a ser seguido. Não sou um rótulo qualquer.
- Quero poder ser eu mesmo, masculino, feminino, louco, são, frágil, forte, tudo e nada disso. E me amarem e aceitarem, não por quem acham que eu deva ser, mas por quem eu sou. E por tudo isso, não sou mais ou menos homem.
- Quero ser mais que um homem, quero ser humano!
- O machismo também me oprime e quero ser um homem livre! 
 

Após morte súbita, mulher transgênero é enterrada como homem pela família nos EUA

Até onde vai o direito da família???

Amigos de Jennifer Gable, que viveu os últimos anos como mulher, se surpreenderam no velório ao encontrá-la com o cabelo curto, vestida de terno e apresentada como Geoffrey, seu nome de batismo

Jennifer Gable, na foto à direita, e a foto antiga que foi usada pela funerária, ainda como Geoffrey (esq.) (Foto: Reprodução / Memorial Networks e Facebook)

Jennifer Gable, uma mulher transgênero que trabalhava como gerente de vendas num banco em Idaho, nos Estados Unidos, morreu subitamente em serviço no último dia 9, vítima de um aneurisma aos 32 anos, de acordo com amigos próximos. Mas além do choque de perder a amiga, eles foram surpreendidos ao comparecer ao funeral e encontrar Jennifer com o cabelo curto, vestida de terno e apresentada como Geoffrey, seu nome de batismo.

“Estou muito triste”, escreveu uma das colegas de Jennifer, Stacy Dee Hudson, no Facebook, segundo o jornal “Miami Herald”. “Fui ao funeral de uma querida amiga hoje. Eles cortaram o cabelo dela, vestiram de terno. Como podem ter enterrado ela como Geoffrey se ela mudou de nome legalmente? Muito triste. Jen, você fará muita falta e as pessoas que a conheceram sabem que estará em paz.”

Jennifer vivia há alguns anos como mulher, mas no obituário on-line da casa funerária, onde é apresentada como Geoffrey Gable ao lado de uma foto antiga como homem, não há nenhum registro sobre sua mudança de identidade de gênero.
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“Geoffrey Chalres Gable, 32, Boise, morrei subitamente em 9 de outubro de 2014, enquanto trabalhava na banco Wells Fargo”, diz o texto, que menciona o casamento com a ex-mulher: “Ele casou com Ann Arthurs em 2005 no Havaí. Eles se divorciaram mais tarde.” O texto diz ainda que Geoff  foi integrante da primeira Igreja Cristã de Twin Falls, sua cidade natal, onde foi batizado em 1996.

Ela fez o que precisava para ser reconhecida legalmente como sua verdadeira identidade. Seu pai simplesmente apagou tudo isso. Mas quem sabe o que esse pai estava passando?”, disse a ativista de direitos humanos Meghan Stabler, que disse ter conhecido Jennifer quando ela estava no processo de transição de gênero.
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O caso chamou a atenção até mesmo de personalidades como a atriz transgênero Laverne Cox, a Sophia Burset do seriado “Orange is the New Black”, que compartilhou a notícia no Facebook. “Isso é tão assustador para mim como uma atriz trans”, escreveu.

Um dos responsáveis pela funerária, Mike Parke, disse ao “Miami Herald” que o atestado de óbito de Jennifer a identificava como homem. “O atestado dizia Geoffrey também conhecido como Jennifer Gable”, disse. “Ela viveu os últimos anos como Jennifer e eles a enterraram como Geoff. Um situação perturbadora para todos nós envolvidos.”

Disponível em: http://revistamarieclaire.globo.com/Web/noticia/2014/11/vitima-de-morte-subita-mulher-transgenero-e-enterrada-como-homem-pela-familia-nos-eua.html

Loja tira adesivo de 'brinquedo para meninos' após reclamação de menina de 7 anos


A inglesa Maggie Cole, de 7 anos, é fã de super-heróis Foto: Reprodução / Extra

No corredor da loja de brinquedos, uma menina se encanta por um relógio com os super-heróis da Marvel, alguns de seus personagens favoritos. O problema é que nele está colado um adesivo que diz: "presentes divertidos para meninos". Aos 7 anos de idade, a pequena Maggie Cole não hesitou em reclamar com a sua mãe. Após uma foto postada no Twitter ser viralizada, a marca não só pediu desculpas pelo ocorrido como informou que está retirando os adesivos similares de todas as lojas.
O caso aconteceu nesse fim de semana em Dorset, na Inglaterra, na loja Tesco. Em seu blog, Karen cole, a mãe da menina, disse que fotografou a indignação de Maggie apenas para mostrar aos amigos no Facebook e se surpreendeu com a repercussão do caso. "Eu estava distraída procurando alguma coisa e não teria percebido (o adesivo) se ela não tivesse apontado", contou Karen, que começou a explicar à filha que brinquedos não devem ter gênero no ano passado - e ela não esqueceu a lição.
"No passado ela reclamou que alguns amigos estavam dizendo que alguns brinquedos são para meninos e outros para meninas. Expliquei que eles estavam errados. Se os brinquedos parecem divertidos, então todo mundo poderia brincar com eles. Ela poderia brincar com cavaleiros e dragões (a mania dela na época) e meninos poderiam brincar com bonecas e panelinhas se quisessem. Concordamos que 'todo mundo pode gostar do que quiser'", recordou. "Fiquei muito feliz que ela lembrou daquela conversa e me impressionei com sua indignação", ressaltou.
A expressão engraçada de Maggie na foto que se espalhou na internet já demonstra seu bom humor. "Estávamos andando pela loja quando ela começou a falar que seria muito legal se o Flash (personagem da DC Comics) estivesse lá. Eu concordei e sugeri que poderia dar a nossa lista de compras a ele para que comprasse todas as coisas muito mais rápido do que nós havíamos planejado. 'Não seja boba, mamãe. O Flash é rápido demais para fazer compras'", escreveu Karen.
Os amigos virtuais também adoraram a foto e a opinião da família e sugeriram que Karen mandasse uma mensagem para a Tesco e a associação Let Toys Be Toys, que luta para eliminar a segmentação dos brinquedos em gêneros específicos. A esperança era apenas que a Tesco visse as mensagens e, quem sabe, retirasse os adesivos - o que aconteceu muito mais rápido do que elas imaginavam.
"As crianças pequenas muitas vezes acreditam no que escutam e leem, e, se sempre veem mensagens dizendo que algo é 'para meninos' ou 'para meninas', elas podem começar a acreditar nisso, especialmente se os seus amigos também estão vendo essas etiquetas e zombando delas no colégio", ressaltou Karen. "Lembram do menino que tentou se suicidar neste ano porque os amigos fizeram bullying por ele gostar de My Little Pony (caso ocorrido em fevereiro, nos Estados Unidos)? É por isso que esses avisos e etiquetas são prejudiciais. Não é porque a minha filha não gostou deles, mas porque crianças estão sendo provocadas e intimidadas por não agirem conforme as regras de gênero determinadas", concluiu.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Evento



seguimos tentando brincar..

Com medidas realistas e celulite, 'rival' da Barbie começa a ser vendida

 
Lammily
Boneca tem kit de roupas inspiradas no Rio de Janeiro e em outras cidades turísticas do mundo
"O normal é bonito". Com essa ideia na cabeça, o artista americano Nickolay Lamm criou uma boneca para contrapor a tradicional Barbie.
Recém lançada nos Estados Unidos, a Lammily tem medidas proporcionais às de uma jovem de verdade – e não as formas irrealistas de uma Barbie.
O artista criou, no ano passado, um protótipo de sua boneca baseado nas medidas que o governo americano considera a média para jovens de 19 anos. Em seguida, ele lançou uma campanha de financiamento coletivo para poder arrecadar verbas para produzi-la.


A ideia viralizou nas redes sociais e ele rapidamente conseguiu o apoio de mais de 13 mil pessoas, que doaram o valor que precisava (US$ 95 mil) para produzir 19 mil bonecas.
Para se parecer ainda mais com uma pessoa real, o artista criou uma série de "acessórios" para Lammily, como celulite, tatuagem, espinhas e estrias.
Além disso, o guarda-roupa da boneca é mais casual, em que shorts jeans e tênis substituem os típicos vestidos pinks e brilhantes e sapatos de salto.

Rio de Janeiro

A boneca tem sete kits de roupas, que serão vendidos a partir de janeiro, inspiradas em cidades turísticas do mundo.
Um deles leva o nome de "Explorando o Rio" e vem com uma jaqueta jeans, um vestido listrado tomara-que-caia. Na embalagem, Lammily aparece diante de uma foto da comunidade de Santa Marta, decorada pelo projeto Favela Painting.
Para os críticos, o fato de a Barbie tradicional ter uma cintura muito fina, ser muito magra e alta, entre outras características, pode criar visões distorcidas de como o corpo de uma mulher deve ser e prejudicar a autoimagem que as crianças têm de si mesmas.
Já a Mattel, fabricante da Barbie, defende as proporções da boneca, dizendo que ela foi criada para ser fácil de brincar e não para ser realista.

Disponível em:  http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/11/141114_rival_barbie_mdb

 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Thammy esclarece sobre mudança de sexo: 'Não vou ter um pênis'

Atriz contou detalhes sobre o procedimento na noite desta quarta-feira, 12, durante um programa de rádio no Rio.

Thamy foi convidada na noite desta quarta-feira, 12, do programa "De cara", apresentado pela atriz Antônia Fontenelle e pelo jornalista Leo Dias, transmitido pela rádio carioca FM O Dia. Questionada pelo EGO sobre o procedimento da mudança de sexo, ela respondeu:

"Não vou ter um pênis, continuo com a minha vagina. O que eu vou fazer é tirar o útero e o ovário. O meu objetivo não é mudar a minha genitália. Aliás, sou muito feliz com ela. Ao contrário do que as pessoas pensam, não vou implantar nenhum órgão sexual masculino em mim", explicou Thammy.

Homossexual assumida desde 2006, ela esclareceu que não vai passar pela cirurgia de transgenitalização e que o seu meio de prazer sexual se dará através de tratamentos com aplicações de hormônios que proporcionam um aumento considerável do seu clitóris.
Para os ouvintes, Thammy, que tem 32 anos e está com o corpo mais forte e definido, contou que por causa do tratamento com os hormônios masculinos - que atualmente são em maior quantidade no seu organismo -, ela já não menstrua mais. A filha de Gretchen revelou ainda que pretende retirar os seios: "Tenho a maior vontade de andar sem camisa por aí. Vocês ainda vão me ver assim nas praias", contou nos bastidores.

"A Thammy é uma mulher admirável e muito corajosa. Para mim vai ser estranho saber que num futuro próximo vou ter que me acostumar que a amiga virou amigo (risos). Mas o importante nisso é saber que ela está feliz e vai ajudar muita gente com essa iniciativa principalmente contra o preconceito", relatou Antônia depois da entrevista com Thammy.
Dedé, Antônia Fontenelle, Thammy Miranda e Leo Dias (Foto: Rodolfo Viana/FM O Dia - Divulgação)Dedé, Antônia Fontenelle, Thammy Miranda e Leo Dias (Foto: Rodolfo Viana/FM O Dia - Divulgação)
Antônia Fontenelle e Thammy Miranda em programa de rádio (Foto: Rodolfo Viana/FM O Dia - Divulgação)Antônia Fontenelle e Thammy Miranda em programa de rádio (Foto: Rodolfo Viana/FM O Dia - Divulgação)
Thammy Miranda durante entrevista de rádio no Rio (Foto: Rodolfo Viana/FM O Dia - Divulgação)Thammy Miranda durante entrevista de rádio no Rio (Foto: Rodolfo Viana/FM O Dia - Divulgação)
Thammy Miranda durante entrevista de rádio no Rio (Foto: Rodolfo Viana/FM O Dia - Divulgação)Thammy Miranda durante entrevista de rádio no Rio

Disponivel em: http://ego.globo.com/noite/noticia/2014/11/thammy-esclarece-sobre-mudanca-de-sexo-nao-vou-ter-um-penis.html

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

questão de respeito!

Prêmio Construindo a igualdade de gênero




Inscrições até 28/11!

Mulheres e homens têm direito de escolher seus lugares na sociedade e, acima de tudo, exercer com liberdade sua cidadania. Sem preconceito nem discriminação. Esse é o tema do Prêmio Construindo as Igualdade de Gênero, um concurso de artigos científicos, redações e projetos pedagógicos sobre questões de gênero. Participe! http://www.igualdadedegenero.cnpq.br/



Até quando?

Meninas preferem rosa, meninos preferem azul

Em ensaio com crianças americanas e sul-coreanas, fotógrafa expõe dicotomia criada por marketing de 'gênero'. Confira as fotos aqui: 
 
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/11/141111_galeria_azul_rosa_rb?ocid=socialflow_facebook

“O sexismo limita as crianças”, diz psicólogo e autor de livros sobre gênero - Geledés

Matéria indicada por Kamila Santos - acadêmica do curso de Pedagogia/UFT

Steve Biddulph escreveu as obras “Criando Meninos” e “Criando Meninas”

por Larissa Roso – Foto: Katinka Kober
Autor do best-seller Criando Meninos (1997), traduzido para 32 idiomas e com 4 milhões de exemplares vendidos, Steve Biddulph acaba de lançar, no Brasil, Criando Meninas. O psicólogo radicado na Austrália repassa as diferentes etapas da infância e da adolescência e chama a atenção dos pais para aspectos fundamentais do desenvolvimento do sexo feminino.
– O principal objetivo dos meus livros é acabar com o sexismo. Temos de libertar as crianças desses limites ultrapassados – comenta o escritor.
Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida por e-mail.
Quais são as principais diferenças na criação de meninas e meninos? Como essas distinções podem impactar na vida adulta?Não são grandes, mas ainda importam muito. Para criar uma sociedade igualitária, temos de trabalhar para reduzir os efeitos dessas diferenças. Por exemplo, meninas são muito receptivas ao contato, percebem os sentimentos das pessoas – então, temos de nos certificar de que elas não se acostumem a sempre agradar aos outros, ou que não se tornem muito sensíveis e preocupadas com a opinião alheia. Temos de fortalecê-las. Meninos desenvolvem mais devagar as habilidades manuais e com as palavras. Temos de ser mais pacientes para ajudá-los, e não empurrá-los para a escola e querer que se tornem tão jeitosos quanto as meninas.
Os principais fatores de risco para meninos são violência, morte prematura por acidente de trânsito e crimes. Eles correm um risco três vezes maior de morrer, e nove vezes maior de ir para a cadeia. Os maiores fatores de perigo para meninas são ansiedade e depressão, transtornos alimentares e exploração e agressão sexual. Especialmente no Brasil, acredito que ainda precisamos de muito feminismo para que as mulheres acreditem nelas mesmas e para que os homens as respeitem. Temos um longo caminho pela frente no mundo todo.
Os pais tendem a proteger mais as filhas do que os filhos. Essa é uma atitude boa ou ruim, considerando os adultos que eles se tornarão no futuro?Temos de educar as meninas para serem fortes e ensiná-las a se proteger. Um adulto se protege, sabe que existem pessoas más e perigosas. Mas não queremos assustar as crianças quando são tão novinhas. É importante respeitar a faixa etária e protegê-las quando são pequenas, protegê-las menos quando vão crescendo, e dar às meninas as ferramentas para que aprendam a circular entre meninos e homens, no sentido prático também.
Que diferenças devem ser mantidas na criação dos dois sexos?Eu não diria que devemos preservar ou estimular diferenças, mas, sim, acrescentar o que estiver faltando. Queremos as mesmas coisas para todas as crianças: que sejam íntegras, tenham um bom coração. A natureza provê as diferenças, mas temos de equilibrá-las. O mundo moderno exige que homens e mulheres tenham as mesmas habilidades, o máximo possível.
Muitos pais reproduzem comportamentos há décadas: meninas usam vestidos cor-de-rosa, meninos brincam com carrinhos, meninas ajudam a mãe com as tarefas da cozinha, meninos auxiliam o pai a consertar algo no quintal no final de semana. As pessoas deveriam refletir mais sobre isso?O principal objetivo dos meus livros é acabar com o sexismo. Isso limita as crianças. E se um menino é mais amável e gentil e quiser ter uma boneca? É algo bom, ele se tornará um pai melhor. E toda menina deveria ser estimulada a se sujar, a brincar no barro, a subir em árvores, para que seja menos medrosa e ame a natureza. Ela pode se tornar uma grande cientista, artista, atleta. Temos de libertar as crianças desses limites ultrapassados.
Sua carreira esteve focada no universo masculino por mais de 20 anos. Você diz que os meninos precisavam desesperadamente de ajuda, enquanto as meninas estavam indo muito bem. Por quê?Os meninos corriam perigo – além do risco maior de morte, também o risco de fracassar na escola e profissionalmente. O cenário de crimes e abuso de drogas era dominado pelos homens. Havia uma crise masculina que estávamos simplesmente aceitando. Há oito anos, a saúde mental das meninas começou a se deteriorar de maneira severa. Era uma combinação de pressão corporativa, roupas de marcas famosas e dietas para meninas cada vez mais jovens, ausência das mães e de outras figuras femininas. Elas estavam desamparadas, tinham apenas a orientação do grupo da mesma idade, que é naturalmente competitivo e cruel. Uma em cada cinco meninas hoje tem um problema psicológico, e uma em cada 12 sofre de um distúrbio alimentar. É muito sério.
Momentos da infância
Em Criando Meninas, o autor menciona cinco etapas da infância e dá alguns conselhos sobre como devem ser atravessadas:
— De zero a dois anos, as meninas se sentem amadas e seguras – esse deve ser o foco principal nessa fase. Toda menina deve sentir que é especial e amada e que os pais são encantados por ela.
— Entre dois e cinco anos, ela está apta a explorar o mundo. Só porque é uma menina, não a desencoraje de fazer bagunça, escalar, correr. Vista-a de forma confortável, evite roupas delicadas e enfeitadas demais, que restrinjam os movimentos.
— Dos cinco aos 10 anos, período escolar, ela está aprendendo a fazer amigos. É importante que seja capaz de se dar bem com os colegas, o que não significa ir sempre atrás do que os outros fazem.
— Dos 10 aos 14 anos, é a época em que busca sua individualidade. Toda menina se identifica intensamente com algo, ama fazer ou ser alguma coisa. É preciso ajudá-la a descobrir o que é isso: música, animais, justiça social, dança, esporte, criatividade. Ter contato com diferentes tipos de mulher a ajuda a definir como ela quer ser.
— Entre os 14 e os 18, ela vai experimentar tudo sobre a vida, e os pais devem orientá-la baseados nas próprias experiências.
— O maior desafio pode ser a fase de zero a dois anos, já que os pais precisam ir com calma, ser mais pacientes, talvez trabalhando menos. A sensação de bem-estar da criança é formada para a vida toda nos primeiros anos. Se você estiver muito estressado, é provável que seu filho também esteja. Desacelere.
— O período de 10 a 14 anos também é perigoso. Muitas vezes, as meninas desperdiçam e interrompem a infância. Hoje, aos 14, elas acreditam que devem se tornar adultas logo, se portar de forma sexy, agradar aos meninos, enfrentar as pressões para parecerem perfeitas, enquanto deveriam se dedicar a ser apenas elas mesmas.
— Não seja obcecado por moda, peso, roupas e cabelos, ou sua filha vai ficar muito ansiosa em relação a isso também. Existe o grande risco de ela se valorizar apenas pela aparência. Há qualidades mais importantes, como lealdade, persistência, gentileza e coragem.
Criando MeninasSteve Biddulph
236 páginas
Editora Fundamento
R$ 39,40
Criando MeninosSteve Biddulph
168 páginas
Editora Fundamento
R$ 39,40

Família não se constitui apenas por homem e mulher...

Em enquete do Congresso, a diversidade está vencendo! Família NÃO é só homem e mulher!

A diversidade está vencendo! Em enquete no site da Câmara dos Deputados (link is external), com votação recorde, questiona-se aos cidadãos: 'Você concorda com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, prevista no projeto que cria o Estatuto da Família?'. Em um resultado histórico, a maior parte dos votantes está votando no NÃO, o núcleo familiar não pode ser definido apenas pela união entre um homem e uma mulher.
No total, foram quase 4 milhões de votos e duas certezas: os tempos estão mudando e o respeito à diversidade é crucial. Em debate, o povo começa a questionar valores pautados pelo conservadorismo do Legislativo: afinal, porque casais homoafetivos não são considerados família? A estrutura familiar é imutável? E o que dizer dos outros tipos de família - dos netos criados pelas avós (ou avôs), pelas tias ou tios, ou até as pessoas que não têm pais e criam sozinhos os irmãos - eles são menos 'família' que os outros?
O PL 6.583/2013, (link is external) do deputado Anderson Ferreira (PR/PE) que cria o Estatuto da Família, pretende definir apenas como família a união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável. E daí deriva-se um monte de direitos e políticas públicas voltadas ao núcleo familiar: o direito à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, à cidadania, à convivência comunitária, entre outros.
Na prática, a exclusão de diversas outras modalidades de famílias no texto do PL significa a omissão do Congresso Nacional com relação à imensa pluralidade de núcleos familiares que não se adequam às definições do texto proposto. Assim, o Poder Legislativo contraria a sua lógica - legisla contra os interesses da nação, composta pelo seu povo -  e exclui direitos básicos para parte da sociedade.
A distância é clara entre o debate do Legislativo e a realidade da sociedade. A luta é árdua, mas os tempos são outros - e a maior prova desta mudança é o resultado desta enquete. Enquanto eles vêm com conservadorismo, nós damos amor. Para exclusão de direitos, nós mostramos a beleza da diversidade, a igualdade entre todos os brasileiros e a certeza de que o amor independe da orientação sexual.

Disposnivel em: http://mudamais.com/daqui-pra-melhor/maioria-dos-brasileiros-decide-que-familia-nao-e-so-homem-e-mulher-em-enquete-do

 

Hoje - 17/11/14