quarta-feira, 26 de março de 2014

Que tal tentar?

Foto: Governo Federal lança 4ª Edição do Prêmio Margarida Alves 

Prêmio homenageia Margarida Alves, dirigente sindical que, após 12 anos no Sindicato Rural de Alagoa Grande (PB), rompeu com padrões tradicionais de gênero e acabou sendo brutalmente assassinada. Saiba mais: http://goo.gl/2R6HIY

Ilustração: Ministério Do Desenvolvimento Agrário

interessante!

Foto: Livro “Dicionário Mulheres do Brasil” disponível na íntegra, gratuitamente, para leitura online (necessário apenas CADASTRO no GOOGLE WALLET)). Com cerca de 900 verbetes, 270 ilustrações e índice cronológico, este livro é referência obrigatória para o estudo da história brasileira. De Escrava Anastácia a Zuzu Angel – passando por Clarice Lispector, Princesa Leopoldina e inúmeras mulheres –, são aqui resgatados 500 anos de luta e conquista de direitos. http://goo.gl/TaADbK
Livro “Dicionário Mulheres do Brasil” disponível na íntegra, gratuitamente, para leitura online (necessário apenas CADASTRO no GOOGLE WALLET). Com cerca de 900 verbetes, 270 ilustrações e índice cronológico, este livro é referência obrigatória para o estudo da história brasileira. De Escrava Anastácia a Zuzu Angel – passando por Clarice Lispector, Princesa Leopoldina e inúmeras mulheres –, são aqui resgatados 500 anos de luta e conquista de direitos. 

Sábado Resistente (29/3) discute repressão à militância LGBT na ditadura


Edição especial do "Sábado Resistente", realizada em parceria com o Museu da Diversidade Sexual, receberá audiência pública organizada em conjunto pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) e pela Comissão da Verdade Estadual "Rubens Paiva" da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para tratar da repressão sofrida pela militância LGBT nos anos de chumbo.

O objetivo da audiência pública é contribuir para uma análise interdisciplinar das relações entre a ditadura brasileira (1964 – 1985) e a homossexualidade. Em especial, pretende-se discutir de que maneiras a ditadura dificultou tanto os modos de vida de gays, lésbicas, travestis e transexuais, quanto a afirmação do movimento LGBT no Brasil durante os anos 1960, 1970 e 1980.
Transmissão ao vivo pela internet: www.tinyurl.com/cnvaovivo


Veja a programação aqui

sábado, 8 de março de 2014

Michel Foucault: A obra


Que tal baixar todos os livros de Michael Foucault, agora mesmo?!
Acesse o link  e divirta-se com as novas leituras!!!

Princesas dizem NÃO à violência doméstica

 

No dia da mulher, Personagens femininos chamam atenção para a violência doméstica
O artista Alexsandro Palombo resolveu subverter o mundo de personagens de desenhos animados por uma boa causa. A ideia é trazer à tona a discussão sobre violência doméstica contra as mulheres para lançar luz sobre os horrores da violência doméstica.

Confira a campanha aqui...
http://observatoriovirtualcidadao.blogspot.com.br/2014/03/princesas-dizem-nao-violencia-domestica.html

8 de março


Foto


Por um mundo melhor, meninos deveriam brincar de boneca

Tenho dado bonecas de pano de presente para filhos de alguns amigos. Há algumas lojas que vendem brancas, negras, indígenas, asiáticas.
Diante do estranhamento dos pais (“Ah, mas ele é menino!''), tento explicar que brincar de boneca e de casinha deveria ser algo incentivado a ambos os sexos.
Formaríamos homens mais conscientes e menos violentos se eles entendessem, desde cedo, que cuidar de bebês, cozinhar, limpar a casa não são tarefas atreladas a um gênero, mas algo de responsabilidade do casal. Não há nada mais anacrônico do que tomar como natural que o homem deve sair para caçar e a mulher ficar cuidando da tenda no clã. Em alguns países, após um período inicial de licença maternidade básica, o casal escolhe quem continua fora do trabalho para cuidar da cria. Podem decidir, por exemplo, que ele ficará com o trabalho de casa e ela irá para a labuta externa.
Enquanto isso, damos armas e espadas de brinquedo para os meninos. Dia desses, vi um par de pequeninas luvas de boxe expostas em uma loja – para lutadores de seis anos. Evoluímos como sociedade, mas continuamos fomentando a agressividade entre eles como se fosse algo bom. A indústria de brinquedos, com raras exceções, trabalha com essa dualidade “meninas precisam aprender a cuidar da casa e ficar bonitas para os meninos'' e “meninos precisam aprender a governar o mundo''. Quem quer romper com isso encara certa dificuldade para encontrar produtos.
O filho de um amiga ganhou de presente um kit de panelinhas, prato e talheres de brinquedo. Ele adora. Mas foi duro encontrar um modelo que não tivesse estampas com desenhos de meninas. Isso sem contar as caixas, que trazem garotas brincando de cozinha, como se o produto não pudesse ser utilizado por garotos também. Isso sem falar dessa besteira de que rosa é cor de menina e azul de menino. Quando alguém começa a defender esse maniqueísmo pobre, dá uma preguiça…
Brinquedos não deveriam trazer distinção de gênero. Ou como diz uma imagem que estava correndo o Facebook: “Como saber que um brinquedo é para menino ou para menina?'' E faz uma pergunta: “Vibra?'' Se a resposta for sim, não é para crianças. Se a resposta for não, vale para ambos os sexos.
O homem é programado, desde pequeno, para que seja agressivo. Raramente a ele é dado o direito que considere normal oferecer carinho e afeto para outro ser em público. Ou cuidar de bebês e da casa. Manifestar sentimentos é coisa de mina. Ou, pior, é coisa de “bicha''. De quem está fora do seu papel. Papel que é reafirmado diariamente: dos comerciais de produtos de limpeza em que só aparecem mulheres sorrindo diante do novo desentupidor de privadas até a escolha de determinados entrevistados por nós jornalistas, que também dividimos o mundo entre coisas de homem e de mulher. “Ah, mas o mundo é assim, japa.'' Não, não é assim. Nós que não deixamos ele ser diferente.
Homens que trabalham no Brasil gastam 9,5 horas semanais com afazeres domésticos, enquanto que as mulheres que trabalham dedicam 22 horas semanais para o mesmo fim. Os dados são da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Com isso, apesar da jornada semanal média das mulheres no mercado ser inferior a dos homens (36 contra 43,4 horas, em termos apenas da produção econômica), a jornada média semanal das mulheres alcança 58 horas e ultrapassa em mais de cinco horas a dos homens – 52,9 horas – somando com a jornada doméstica. Ou 20 horas a mais por mês. Ou dez dias por ano.
A análise mostra também que 90,7% das mulheres que estão no mercado de trabalho realizam atividades domésticas. Enquanto isso, entre nós homens, esse número cai para 49,7%. Porque brincar de casinha é coisa de menina.
Trabalho doméstico não é considerado trabalho por nossa sociedade, mas sim obrigação, muitas vezes relacionado a um gênero, que tem o dever de cuidar da casa. Às vezes, o casal trabalha fora e, nesse caso, terceiriza-se o serviço doméstico para outra mulher, seja ela babá, faxineira ou cozinheira. Sem, é claro, garantir a elas todos os direitos trabalhistas porque, até o Congresso Nacional aprovar nova lei, são cidadãs de segunda classe. E, diante da possibilidade de pagar direitos trabalhistas a quem faz o trabalho doméstico, parte da classe média pira.
A disputa é no campo do simbólico e, portanto, fundamental. Todos nós, homens, somos inimigos até que sejamos devidamente educados para o contrário. E os brinquedos que escolhemos para nossos filhos fazem parte dessa longa caminhada a fim de garantir um mínimo de decência para com o sexo oposto.